Moçambique quer absorver experiência na área petrolífera
Experiência angolana no sector de hidrocarbonetos pode ser fundamental para ajudar os moçambicanos
Moçambique quer absorver a experiência de Angola no domínio das minas e petróleo, anunciou ontem, em Luanda, a embaixadora de Moçambique em Angola, Maria Helena Taipo.
A diplomata, que apresentou ontem no Salão Nobre do Palácio Presidencial da Cidade Alta as cartas credenciais ao Chefe de Estado angolano, João Lourenço, indicou que aquele país pretende adquirir a experiência de Angola principalmente no quadro da formação do conteúdo local para o sector petrolífero.
A embaixadora de Moçambique em Angola, Maria Helena Taipo, justificou esta posição com o facto de Moçambique ter recentes descobertas de zonas de exploração de hidrocarbonetos.
Após a cerimónia em que foram acreditados outros quatro diplomatas, da República Popular Democrática da Coreia, do Reino da Noruega, Finlândia e da Croácia, a diplomata moçambicana lembrou que os dois países têm estado a cooperar em vários sectores, sobretudo na área mineira.
Nesta área, segundo a diplomata, Moçambique conta com muitos estudantes a fazerem formação em Angola, no Instituto Nacional dos Petróleos, localizado no Sumbe, Cuanza-Sul.
Para Maria Helena Taipo, o que Moçambique pretende é, tal como Angola, fazer a “angolanização do sector dos Petróleos numa perspectiva e contexto moçambicano.”
A embaixadora disse que as outras áreas devem ser definidas com o andar do tempo, mas, para já, quer olhar para a área do desporto, cultura e aumentar a balança comercial entre os dois países.
“Apesar de termos cooperação em várias áreas, é preciso dinamizar, sobretudo, a área dos petróleos ao cenário das boas relações existentes e que os povos beneficiem do desenvolvimento económico e social”, realçou Maria Helena, para quem o mandato servirá para dar continuidade ao reforço da cooperação existente entre os dois países.
Maria Helena Taipo é mestre em Direcção e Gestão Educacional. Foi ministra do Trabalho por um período de nove anos, e, em 2015, foi governadora da província de Sofala. Embaixador norte-coreano O embaixador da República Democrática Popular da Coreia, Jo Pyong Chol, que também apresentou ontem, no Salão Nobre do Palácio Presidencial da Cidade Alta, as cartas credenciais ao Chefe de Estado angolano, disse que, na nova era em que Angola se encontra, é preciso definir um quadro de cooperação que se adeque verdadeiramente às necessidades dos dois países e que seja mutuamente vantajoso.
Jo Pyong Chol disse ter manifestado ao Presidente da República o interesse do seu país em trabalhar para o processo de desnuclearização da península norte-coreana e pediu o engajamento de todos para que este intento encontre os resultados desejados, pondo fim ao cenário de tensão que ainda se vive actualmente.
“Tenho o privilégio de o meu mandato começar numa altura emqueasituaçãodacooperação tradicional e histórica entre os nossos países é favorável, o que é bom para o futuro das nossas relações”, disse o embaixador, acrescentando que vai começar a trabalhar para a definição dos sectores em que se vai basear a cooperação no domínio económico.
O diplomata norte-coreano disse que foi portador de uma mensagem do Presidente do Comité de Estado da República Democrática Popular da Coreia, líder máximo, e o Presidente João Lourenço, por sua vez, retribuiu a mensagem de cumprimentos cordiais e de amizade.
Jo Pyong Chol é pós-graduado em Relações Internacionais e chegou a exercer funções diplomáticas no seu país, com destaque para os departamentos Japão e Ásia.
Cooperação com a Noruega
O Chefe de Estado recebeu também as cartas credenciais do embaixador residente do Reino da Noruega, Kikkan Haugen, diplomata de carreira há 22 anos. Kikkan Haugen foi embaixador na Zâmbia e no Nepal.
O Presidente da República acreditou também a embaixadora não-residente da Finlândia, Pirkko Liisa Kyostila, diplomata de carreira há 31 anos. Pirkko, que iniciou funções em Angola, já trabalhou na Tanzânia, Itália, França e junto do Fundo das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). É actualmente embaixadora da Finlândia na Namíbia.
O embaixador não-residente da Croácia em Angola, Ivica Maricic, actualmente colocado em Lisboa como embaixador, um diplomata de carreira que já exerceu funções em Espanha, China, Japão e Alemanha, apresentou igualmente as suas cartas credenciais ao Presidente da República, João Lourenço.
Apesar de termos cooperação em várias áreas, é preciso dinamizar, sobretudo, a área dos petróleos ao cenário das boas relações existentes e que os povos beneficiem do desenvolvimento económico e social