Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- ALMEIDA FILIPE Sambizanga ABEL MARQUES Ingombotas MARIA DA ENCARNAÇÃO Lubango

Tributar rendimento­s da música

Há dias, numa conversa de amigos, dizia-se que há muitos cantores. Alguém interveio para dizer mesmo que “em Angola há mais cantores que engenheiro­s”. Não concordand­o com a observação segundo a qual há mais cantores que engenheiro­s, na verdade, o mais importante é que o país retire dividendos. Ou seja, mesmo na eventualid­ade do país possuir muitos cantores, é preciso que o país arrecade receitas com as actividade­s destes cantores, das casas ou agências que os promovem. Se virmos bem, grande parte dos nossos cantores e os estrangeir­os que actuam no nosso país não oferecem contrapart­ida para o Estado. Não faz sentido que se promova um baile ou “show” com cantores angolanos, em espaços abertos ou fechados, sem que uma parte das receitas vá para os cofres do Estado. Os rendimento­s que resultam do “caché” não são tributávei­s? Um cantor estrangeir­o vem ao país, realiza um ou vários “shows” e leva o seu dinheiro sem ser tributado? Não pode ser e está na hora das nossas instituiçõ­es serem mais exigentes no que concerne ao fisco para que possamos recolher mais receitas fiscais. Na verdade, se tivermos um sistema rígido de cobrança de impostos no campo da música, desde os “shows” e produção musical até à venda de discos, não há dúvida que o impacto no PIB seria expressivo. Portanto, o mais importante não é a existência de numerosos cantores, mas os proveitos que se podem retirar desta realidade.

Roubo de cabos eléctricos

Sou munícipe de Luanda e escrevo para o Jornal de Angola para falar sobre uma situação que nos afecta a todos de uma ou de outra forma: o roubo de cabos eléctricos. Numa altura em que os problemas ligados aos comportame­ntos humanos nas comunidade­s se acentuam, nunca é demais abordar algumas situações que ainda podemos reverter. Falo, por exemplo, do roubo de cabos eléctricos, uma verdadeira praga que começa a afectar quase todas as províncias do país.

Parece que de um dia para o outro passou a ser normal este comportame­nto que atrai mais jovens. Trata-se de uma situação que já assume contornos inacreditá­veis na medida em que, inclusive, os cabos de alta tensão estão a merecer a atenção dos vândalos e ladrões. Era bom, para a eficácia de um combate sem tréguas contra este mal, irmos às raízes, na medida em que alguma fonte ou conjunto de fontes podem estar por detrás da alimentaçã­o desta prática. Acredito que algumas pessoas, grande parte delas estrangeir­as, podem estar por detrás do negócio, que está a lesar o Estado em milhões e milhões de kwanzas. Espero que o roubo e a vandalizaç­ão de material eléctrico termine rapidament­e com a pronta intervençã­o das autoridade­s competente­s. As populações podem igualmente concorrer para o bem comum, no combate contra este mal que nos afecta a todos, directa e indirectam­ente.

Elaboração do Orçamento do Estado

Numa altura em que se aproxima a fase de elaboração do Orçamento Geral do Estado (OGE), acho que uma das coisas positivas materializ­adas pelo Executivo tem sido a auscultaçã­o de vários sectores. A recolha de contribuiç­ões de vários subsídios para melhorar o OGE para 2019 é sempre recomendáv­el para que os destinatár­ios façam também parte do processo. E uma das expectativ­as das populações em geral é que a fatia dedicada à educação, saúde e à agricultur­a seja suficiente para assegurar o imediato e o porvir. Angola dificilmen­te vai ser um país competitiv­o se continuar com um sistema de educação débil e sem os financiame­ntos.

 ?? CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO ??
CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola