Governo pede aos partidos provas sobre atropelos à lei
O Governo da Guiné-Bissau apelou ontem aos partidos políticos para prestarem a sua “contribuição patriótica” e apresentarem provas dos alegados “atropelos” à lei eleitoral e à população do país para fazer o recenseamento.
Os apelos constam do comunicado de Conselho Ministros,quesereuniuextraordinariamente para analisar o processo de recenseamento eleitoral em curso no país para as eleições legislativas, marcadas para 18 de Novembro.
“O Conselho de Ministros de apelou aos partidos políticos para prestarem a sua contribuição patriótica para o sucesso do processo do recenseamento eleitoral para o bem da democracia guineense e para a afirmação do Estado democrático, assinalando com toda a objectividade os eventuais atropelos à lei e apresentando as devidas provas”, lê-se no documento. O PRS (Partido de Renovação Social), segunda maior força política do país, denunciou na segunda-feira irregularidades no processo de recenseamento eleitoral.
O Conselho de Ministros instruiu o Ministério do Interior para “tomar todas as disposições legais em relação às tentativas, já registadas ou as que eventualmente se venham a registar, de defraudar ou perturbar o normal desenrolar do processo de recenseamento eleitoral”.
O processo eleitoral em curso na Guiné-Bissau tem provocado fortes críticas dos partidos sem assento parlamentar e da sociedade civil, que têm pedido que as legislativas sejam adiadas. Em causa está o recenseamento eleitoral que não decorreu entre 23 de Agosto e 23 de Setembro, como previsto, devido a atrasos na chegada dos equipamentos para o recenseamento biométrico.
A previsão da Comissão Nacional de Eleições avança para cerca de 900 mil eleitores inscritos para votar em todo o país.