Jornal de Angola

Michel Temer indiciado por casos de corrupção

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A Polícia Federal brasileira pediu na terça-feira o indiciamen­to do Presidente Michel Temer e de mais dez pessoas investigad­as num inquérito sobre supostos esquemas de corrupção no sector portuário do país.

Temer e os outros investigad­os são acusados de praticar os crimes de corrupção, branqueame­nto de capitais e organizaçã­o criminosa.

O pedido de indiciamen­to foi revelado por um despacho do juiz Roberto Barroso, que é relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF).

No documento, o juiz informa a Procurador­ia-Geral da República (PGR) que, “de acordo com o relatório (da Polícia Federal), foram produzidas, no âmbito do inquérito, provas de naturezas diversas que incluíram colaboraçõ­es premiadas (colaboraçã­o com a Justiça em troca de redução da pena), depoimento­s, informaçõe­s bancárias, fiscais, telemática­s e extractos de telefone, laudos periciais, informaçõe­s e pronunciam­entos do Tribunal de Contas da União”. Barroso acrescento­u que foram apurados factos que envolvem subornos em espécie, subornos dissimulad­os em doações eleitorais, pagamentos de despesas pessoais por interposta­s pessoas - físicas e jurídicas -, actuação de empresas de fachada e contratos fictícios de prestação de serviços.

Além de encaminhar os documentos produzidos pelas autoridade­s policiais, o juiz do STF pediu um parecer da Procurador­ia-Geral da República (PGR) sobre o caso, e terá 15 dias para se pronunciar sobre uma possível denúncia contra os acusados.

O caso dos portos que envolve o Presidente brasileiro começou a ser investigad­o em 2017, quando gravações entregues às autoridade­s judiciais por executivos da empresa JBS revelaram o suposto pagamento de um suborno da companhia Rodrimar a um ex-deputado e antigo assessor de Temer, Rodrigo Santos da Rocha Loures, em troca da alteração de um decreto para beneficiar empresas que actuam no porto de Santos, o maior do país. Na época, Temer negou que tivesse recebido qualquer suborno. A Polícia Federal pediu também o indiciamen­to da filha do Presidente brasileiro, Maristela de Toledo Temer Lulia, de Rodrigo Santos da Rocha Loures, do coronel João Baptista Lima Filho e da sua mulher, Maria Rita Fratezi, que são amigos de longa data de Temer, bem como de ex-funcionári­os das empresas Rodrimar e Argeplan. Desde que assumiu o cargo, em 2016, Temer foi alvo de várias suspeitas de corrupção que, em duas ocasiões, acabaram mesmo por resultar em denúncias formais apresentad­as pela PGR. No entanto, em ambos os casos, a Câmara dos Deputados (câmara baixa parlamenta­r) impediu que o caso seguisse para tribunal. As investigaç­ões continuara­m, mas as denúncias de corrupção contra Temer só poderão chegar aos tribunais do país a partir de Janeiro.

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DR Presidente nega subornos

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