Presidente Vladimir Putin condena massacre na Crimeia
Ataque suicida a politécnico provoca 18 mortos e mais de 50 feridos. Forças da ordem prometem encontrar os culpados
O Presidente russo, Vladimir Putin, classificou como uma tragédia o ataque ocorrido ontem numa escola politécnica na Crimeia, que resultou em 18 mortos e mais de 50 feridos, e enviou condolências às famílias das vítimas.
Vladimir Putin disse que os investigadores estão a analisar as circunstâncias do ataque e os seus motivos.
O Presidente russo fez estas declarações sobre o caso depois de uma reunião com o seu homólogo egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, na cidade de Sochi, no Mar Negro.
Putin prometeu que o Governo russo fará tudo o que for necessário para ajudar os feridos.
Pelo menos, 18 pessoas morreram e outras 50 ficaram feridas num tiroteio no Instituto Politécnico da cidade de Kerch, no leste da Crimeia, Rússia, disseram fontes médicas russas.
“Como resultado de um tiroteio no Instituto Politécnico, 18 pessoas morreram e outras 50 ficaram feridas”, disse uma fonte médica à agência de notícias RIA Novosti.
Segundo as primeiras informações, a causa do incidente foi uma explosão de gás e as autoridades do Governo acreditavam que se tratava de um “acto terrorista realizado por um explosivo não identificado.”
Mas, notícias divulgadas mais tarde pela BBC avançaram que o incidente resultou de um tiroteio protagonizado por um estudante que depois se suicidou.
O aluno disparou sobre os colegas e matou, pelo menos, 18 pessoas e fez 50 feridos, 16 dos quais estão em estado grave.
Os investigadores russos já identificaram o autor do tiroteio. Chamava-se Vladimir Roslyakov e tinha 18 anos.
Um vídeo foi captado momentos depois de os primeiros alunos terem começado a sair do Instituto Politécnico, em pânico.
A escola de Kerch acolhe cerca de 850 alunos. Depois de se saber do ataque no estabelecimento, todas as escolas nessa cidade foram esvaziadas como medida de precaução.
O director da escola, que não estava no estabelecimento de ensino na altura do ataque, informou aos meios de informação locais o cenário que encontrou quando chegou ao local. “Havia vários corpos de jovens”, disse, comparando o ataque ao massacre de Beslan em 2004 que vitimou 330 pessoas.
A Crimeia, oficialmente território ucraniano, foi anexada pela Rússia em 2014 e o presidente do Parlamento da Crimeia acusou Kiev de estar por de trás do massacre. “Todo o mal infligido na Crimeia é cometido pelas autoridades ucranianas.”
O ataque pode aumentar ainda mais a tensão entre Kiev e Moscovo e as autoridades ucranianas já reforçaram a segurança na fronteira com a Crimeia.
A anexação da Crimeia pela Rússia desencadeou sanções dos países ocidentais.
A Rússia também apoia os separatistas que combatem o Governo ucraniano no leste da Ucrânia, um conflito que deixou pelo menos 10 mil mortos desde 2014.
Nos últimos anos, as agências de segurança russas prenderam vários ucranianos acusados de organizar ataques terroristas na Crimeia, embora nenhum ataque tenha sido concretizado.