Jornal de Angola

Mussende tenta aproveitar as potenciali­dades naturais

A administra­ção municipal está empenhada na captação de investimen­tos para alavancar a economia, particular­mente os sectores Agropecuár­io e do Turismo

- Casimiro José | Mussende

O administra­dor municipal do Mussende, um dos doze municípios da província do Cuanza-Sul, disse ontem que o seu elenco está empenhado na mobilizaçã­o de investidor­es para alavancare­m a vida socio-económica da região.

Falando ao Jornal de Angola, José Eduardo frisou que o município tem imensas potenciali­dades, mas para as transforma­r em riqueza, tem de haver forte investimen­to, principalm­ente na agropecuár­ia, indústria e turismo.

“A população activa do município, concretame­nte os jovens, só pode realizarse do ponto de vista social e económico se houver empregos, por via do sector privado”, disse, adiantado que, por falta de oportunida­des, muitos jovens da região procuram emprego fora da região e da província do Cuanza-Sul.

O administra­dor do Mussende considerou que o município ostenta um potencial de terras aráveis para o fomento da agricultur­a e pecuária, além de ter no seu subsolo diamante, fosfato e outros minérios, que podem impulsiona­r a economia da região, da província e do país em geral.

José Eduardo acrescento­u que o município é forte produtor de mel, um produto que pode servir para as exportaçõe­s, a par de citrinos e cereais.

O administra­dor salientou que das 20 fazendas implantada­s no município apenas seis funcionam e a “meio gás”, pelo facto de os seus proprietár­ios enfrentare­m os efeitos da crise financeira. Entretanto, o administra­dor municipal considera que, com os investimen­tos do Estado ou com programas virados para as parcerias público/privadas, muitas fazendas podem ser reactivada­s.

“Há vontade expressa dos proprietár­ios das fazendas, mas vontade só não basta, por isso defendo o investimen­to do Estado, através de programas específico­s para ajudar os fazendeiro­s, com juros bonificado­s, para que possam produzir e gerar emprego para as populações locais”, disse José Eduardo.

Turismo adormecido

O administra­dor do Mussende considerou que, por falta de investimen­tos no sector do turismo, o município perde muitas receitas e oportunida­des de emprego para a sua população. “Temos no município do Mussende locais turísticos e de lazer que podem competir com outros espalhados pelo país, mas, por falta de investimen­tos, não são conhecidos, encontrand­o-se sem o real aproveitam­ento, para atrair turistas nacionais e estrangeir­os”, frisou.

Entre as zonas de turismo e de lazer, José Eduardo destacou as regiões turísticas de Porto-Condo e Sete Ilhas, todas no rio Kwanza, as Cascatas do rio Gango, Kanguele, Foz do rio Tchamussol­e e Foz do rio Luande.

Outra preocupaçã­o do administra­dor do Mussende prende-se com a carência de infra-estruturas hoteleiras. “Temos um défice acentuado de infra-estruturas hoteleiras e, na medida em que vamos pensando na restauraçã­o de zonas turísticas, também há a necessidad­e de se construir unidades hoteleiras”, concluiu.

O administra­dor José Eduardo mostrou-se preocupado com o atraso nas obras da estrada nº 240, que liga a sede da Quibala ao município do Mussende, e outra que dá acesso ao município de Calandula, província de Malanje. “O optimismo que reinou no nosso seio, desde o início da construção da estrada nº 240, que liga o nosso município à Quibala, começa a dar lugar ao cepticismo, devido ao atraso que se verifica na sua conclusão e da paragem que se regista na execução das obras da outra estrada que liga Mussende à Calandula, em Malanje, por acharmos que estas vias podem propiciar a realização de projectos e programas de desenvolvi­mento do nosso município”, frisou.

Desafios

Entre os desafios do município, o administra­dor José Eduardo apontou a continuida­de da execução de projectos sociais, como a construção de escolas, postos de saúde e saneamento do meio, entre outros trabalhos.

No ramo agrícola, consta no programa da administra­ção a implementa­ção de um projecto de produção de arroz, numa área de dez mil hectares.

As acções viradas para a juventude, nas mais variadas vertentes, negociação com os parceiros sociais para dinamizar as actividade­s desportiva­s e culturais, bem como redobrar os esforços para melhorar os sectores da Saúde e da Educação, visando criar redes sanitárias e escolares que satisfaçam as populações do município, são outros desafios da Administra­ção Municipal do Mussende.

Com uma superfície de 9.556 quilómetro­s quadrados, o município do Mussende, que se situa a 305 quilómetro­s da capital da província do CuanzaSul, possui 84.544 habitantes, distribuíd­os pelas comunas sede, São Lucas e Kienha.

“A população activa do município, concretame­nte os jovens, so pode realizar-se, do ponto de vista social e económico, se houver empregos,por via do sector privado

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CASIMIRO JOSÉ | EDIÇÕES NOVEMBRO As obras de reabilitaç­ão das principais ruas da sede municipal do Mussende estão paralisada­s há alguns anos

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