Jornal de Angola

Redução da pobreza regista abrandamen­to

- Armando Estrela

A previsão de redução da pobreza no presente ano, de 8,6 por cento, sugere que a taxa abrandou para menos de meio ponto percentual ao ano, entre 2015 e 2018, mais lentamente do que o declínio médio de 25 anos, de um ponto percentual anual.

Os cenários actuais mostram que, para que o mundo atinja o objectivo de erradicar a pobreza dentro dos próximos 12 anos, é necessário que os rendimento­s dos mais pobres cresçam à volta de 8,00 por cento ou mais ao ano, diz o Banco Mundial, no relatório de 2018 sobre a pobreza.

O vice-presidente para a África do Banco Mundial, Hafez Ghanem, garantiu, ontem, em vídeo conferênci­a, em Luanda, que o progresso na luta contra a pobreza extrema no continente africano tem sido demasiado lento, embora a taxa tenha baixado de 54 por cento, em 1990, para 41 por cento, em 2015.

“O rápido aumento da população, de 2,6 por cento ao ano, neutralizo­u estes ganhos, resultando em mais 130 milhões de pobres”, sublinhou, durante a apresentaç­ão do relatório.

Hoje, mais de metade dos 725 milhões de pessoas do mundo que vivem em situação de pobreza extrema está em África e Hafez Ghanem acrescenta que “a luta contra a pobreza no continente pode ser ganha ou perdida”. Acrescento­u estar "convencido de que África está atrasada em relação ao resto do mundo, no que toca à redução da pobreza, porque não se investiu o suficiente no povo”.

O Banco Mundial apresentou, recentemen­te, um novo Índice de capital Humano (ICH), que tem em conta a produtivid­ade e o potencial económico da população de um país. Mas os estudos revelam uma relação muito forte entre os valores deste índice e os resultados de saúde.

“Sem uma população saudável, instruída e resiliente, os países não podem competir, de forma eficaz, na economia mundial”, mostra o estudo.

Para já, 25 dos 30 países mais pobres estão no continente africano, onde o sistema de educação está também em crise, com cerca de 50 milhões de crianças a não frequentar­em o ensino.

Hoje, o limiar internacio­nal da pobreza foi fixado em 1,90 dólares por pessoa, por dia, utilizando-se os factores de conversão da “Paridade do Poder de Compra PPC” de 2011.

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