Jornal de Angola

ONU chamada a fazer face aos actuais desafios

- Osvaldo Gonçalves

Ao longo das últimas sete décadas, os Estados têm procurado superar-se a si mesmos em face de desafios cada vez mais graves, próprios de uma era marcada por conflitos, muitos deles antigos e outros decorrente­s do estágio actual da evolução da humanidade.

Embora seja quase generaliza­da a opinião de que a ONU (Organizaçã­o das Nações Unidas) necessita de reformas, a começar pelo seu Conselho de Segurança, todos são unânimes em reconhecer que, desde 1948, quando a data começou a ser comemorada como aniversári­o da entrada em vigor, em 1945, da Carta das Nações Unidas, vários foram os progressos registados.

Como afirmou a 28 de Setembro passado o Presidente da República de Angola, João Lourenço, na tribuna da ONU, a organizaçã­o mundial está longe de cumprir o que está expresso na sua Carta. Velhos conflitos, como o existente entre Israel a Palestina, no Médio Oriente, mantêmse, enquanto surgem outros tão ou mais complexos.

Passados 73 anos da aprovação da Carta, no fim da II Guerra Mundial, que resultou na morte de 50 milhões de pessoas, a Humanidade demonstra incapacida­de para resolver pequenas situações anómalas que rapidament­e degeneram em crises internas e regionais.

O 24 de Outubro, declarado feriado internacio­nal em 1971, através da resolução 2782 da Assembleia Geral da ONU, é, assim, uma data em que se procura levar ao conhecimen­to dos povos os objectivos e as conquistas da organizaçã­o e a obter um mais amplo apoio para obra. Angola, que viu o seu longo conflito armado estancado de forma bastante dramática, apesar dos inúmeros esforços das Nações Unidas, vive hoje experiênci­a exemplar em termos da preservaçã­o de uma paz definitiva e do aprofundam­ento constante da reconcilia­ção nacional. É preciso vontade Nos dias de hoje, por força dos muitos conflitos que se registam e das catástrofe­s causadas pelas mudanças cli- máticas, a ONU e organizaçõ­es que compõem o sistema mundial são chamados a fazer face a novos desafios, sempre mais difíceis.

O maior desses desafios é, sem dúvidas, o da manutenção da paz, pois a guerra é a principal causa dos problemas. Mas há uma preocupaçã­o cada vez maior em relação às origens dos conflitos, sejam económicas, políticas ou religiosas. O desenvolvi­mento sustentáve­l, direitos humanos, o desarmento, igualdade de género e outros desafios não podem estar dissociado­s dos tráficos da droga, de armas e de seres humanos, muito menos do terrorismo e das guerras.

Como disse no ano passado o Secretário-Geral da ONU, “os problemas do mundo transcende­m fronteiras. E temos que transcende­r as nossas diferenças para transforma­r o nosso futuro”. Segundo António Guterres, o “mundo enfrenta desafios graves”. E elencou-os: “conflitos e desigualda­des, problemas extremos como o clima e intolerânc­ia mortal e ameaças de segurança, incluindo armas nucleares”.

Entretanto, manifestou a esperança em dias melhores. “Nós temos as ferramenta­s e riqueza para ultrapassa­r estes desafios. Tudo o que precisamos é, de vontade”.

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