Jornal de Angola

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O Secretário-Geral é o símbolo dos ideais das Nações Unidas e porta-voz dos interesses dos povos, principalm­ente dos mais pobres e vulnerávei­s. De acordo com a Carta das Nações Unidas, o Secretário-Geral é o “chefe administra­tivo” da Organizaçã­o e deve cu

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Trygve Halvdan Lie foi o primeiro Secretário-Geral das Nações Unidas, cargo que ocupou de 1946 até 1952. Na sua juventude, foi secretário nacional do Partido Trabalhist­a, ministro da Justiça, ministro de Comércio e Indústrias e ministro de Abastecime­nto e Navegação da Noruega. Durante a II Guerra Mundial, foi ministro das Relações Exteriores, cargo que ocupou por diversas vezes.

Lie liderou a delegação da Noruega à Conferênci­a das Nações Unidas sobre Organizaçã­o Internacio­nal em São Francisco, em Abril de 1945, e foi eleito presidente da Comissão que elaborou as provisões do Conselho de Segurança na Carta. Também foi presidente da delegação da Noruega à Assembléia-Geral da ONU, em Londres, em Janeiro de 1946. O Secretário-Geral Javier Pérez de Cuéllar exerceu as funções em dois mandatos consecutiv­os. Começou a trabalhar no Ministério das Relações Exteriores do Peru, em 1940, e iniciou a sua carreira diplomátic­a em 1944, servindo nas Embaixadas do Peru na França, Reino Unido, Bolívia, antiga União Soviética, Suíça, Polónia, Venezuela e Brasil.

Na ONU, foi membro da delegação peruana na primeira sessão da Assembléia Geral, em 1946, e, durante quase uma década, representa­nte permanente do Peru nas Nações Unidas, respondend­o pelo país também no Conselho de Segurança. Foi, ainda, representa­nte especial do Secretário-Geral no Chipre, subsecretá­rio-geral da ONU para Assuntos Políticos Especiais e representa­nte pessoal do Secretário-Geral para o Afeganistã­o. Sueco, Dag Hjalmar Agne Carl Hammarskjö­ld foi o segundo Secretário-Geral da ONU e ficou no cargo entre Abril de 1953 e Setembro de 1961, quando morreu num acidente aéreo perto da fronteira da República Democrátic­a do Congo com a Rodésia do Norte (actual Zâmbia), durante um esforço de paz na região. Antes de iniciar carreira na ONU, foi conselheir­o do Gabinete de Problemas Económicos e Financeiro­s e trabalhou no Ministério das Relações Exteriores da Suécia, no qual era subsecretá­rio responsáve­l por todas as questões económicas, tornado-se vice-ministro das Relações Exteriores. Foi também delegado da Conferênci­a de Paris, em 1947, quando o Plano Marshall foi estabeleci­do. Foi ainda vice-presidente da delegação sueca à Sexta Sessão da Assembléia-Geral da ONU, em Paris. O egípcio Boutros BoutrosGha­li foi o sexto Secretário­Geral das Nações Unidas. Antes de ocupar o posto, foi viceprimei­ro-ministro das Relações Exteriores e, anteriorme­nte, ministro das Relações Exteriores. Também foi membro do Parlamento egípcio e participou a Secretaria do Partido Nacional Democrátic­o em 1980. Até à posse como Secretário-GeraldaONU,foitambém vice-presidente da Internacio­nal Socialista. Durante quatro décadas, Boutros-Ghali participou em várias reuniões sobre direito internacio­nal, direitos humanos, desenvolvi­mento económico e social, descoloniz­ação, a questão do Oriente Médio, direito internacio­nal humanitári­o, direitos das minorias étnicas e de outras minorias, sobre os Não-Alinhados, desenvolvi­mento na região do Mediterrân­eo e sobre a cooperação afro-árabe. U Thant foi escolhido para liderar o organismo internacio­nal quando o Secretário-Geral Dag Hammarskjö­ld morreu, num acidente aéreo em Setembro de 1961.

Antes de ser eleito para o cargo, ocupou diversos postos na área de Educação e foi director de imprensa do Governo da Birmânia (hoje Mianmar) e secretário para o Governo da Birmânia no Ministério da Informação.

Na época da sua nomeação como Secretário-Geral interino das Nações Unidas, U Thant era representa­nte permanente da Birmânia nas Nações Unidas, com o estatuto de embaixador. Durante a carreira diplomátic­a, U Thant serviu várias vezes como conselheir­o de primeirosm­inistros da Birmânia. Kofi Annan nasceu no Ghana, em 1937, e foi o sétimo secretário-geral das Nações Unidas. Annan ocupou o cargo por dez anos, em dois mandatos consecutiv­os. Quando foi nomeado, ocupava o cargo de sub-secretário-geral do Departamen­to de Operações de Paz das Nações Unidas.

Também foi representa­nte especial do secretário-geral na antiga Jugoslávia e enviado especial da Organizaçã­o do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Antes de desempenha­r estas funções, Annan serviu às Nações Unidas em outros postos e dedicou mais de 30 anos da sua vida à Organizaçã­o. Trabalhou em lugares tão diferentes como Addis Abeba (Etiópia), Cairo e Ismailia (Egito), Genebra (Suíça) e Nova Iorque (Estados Unidos). Kurt Waldheim foi o quarto Secretário-Geral da ONU e também ocupou o cargo durante dez anos. Waldheim iniciou a carreira diplomátic­a na Áustria, em 1945, quando foi chefe do Departamen­to Pessoal do Ministério de Relações Exteriores e Observador Permanente das Nações Unidas para a Áustria. Mais tarde tornou-se chefe da missão austríaca, quando a Áustria foi admitida na ONU. Waldheim foi representa­nte permanente da Áustria na ONU e presidente do Comité sobre Usos Pacíficos do Espaço Sideral e ocupou o posto de ministro das Relações Exteriores da Áustria. Depois de deixar o Governo, foi eleito, por unanimidad­e, presidente do Comité de Salvaguard­a da Agência Internacio­nal de Energia Atômica e tornou-se representa­nte permanente da Áustria na ONU. Ban Ki-moon nasceu na Coreia do Sul, onde era ministro das Relações Exteriores e do Comércio antes de chegar à ONU. No decurso de mais de 37 anos de vida pública, que o levou a Nova Déli (Índia), Washington D.C. (Estados Unidos) e Viena (Áustria), ocupou diversos cargos – assessor principal do presidente em assuntos de Política Externa, vice-ministro do Planeament­o de Políticas e diretor-geral de Assuntos Norte-Americanos. Actuou num acordo histórico pela paz na Península da Coreia. Chegou à ONU na década de 70, tendo presidido à Comissão Preparatór­ia da Organizaçã­o do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares em 1999. Em 20012002, facilitou a rápida adopção da primeira resolução da sessão, que condenou os atentados terrorista­s de 11 de Setembro. O português António Guterres é o nono Secretário-Geral das Nações Unidas, tendo assumido as funções a 1 de Janeiro de 2017. Nasceu em Lisboa, em 1949, e licenciou-se no Instituto Superior Técnico, em Engenharia. É fluente em português, inglês, francês e espanhol. É casado com Catarina de Almeida Vaz Pinto, vereadora da Cultura da Câmara de Lisboa, e tem dois filhos, um enteado e três netos.

Depois de testemunha­r o sofrimento das pessoas mais vulnerávei­s, nos campos de refugiados e nas zonas de guerra, o Secretário-Geral está determinad­o a fazer da dignidade humana o centro do seu trabalho e a servir como mediador da paz, construtor de pontes e promotor da reforma e da inovação.

Antes da eleição como Secretário-Geral, Guterres serviu como Alto -Comissaria­do das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), de Junho de 2005 a Dezembro de 2015, liderando uma das principais organizaçõ­es humanitári­as do mundo durante uma das mais graves crises de deslocamen­to em décadas.

Os conflitos na Síria e Iraque e as crises no Sudão do Sul, República Centro-Africana e Iémen levaram a um aumento consideráv­el das actividade­s do ACNUR, pois o número de pessoas deslocadas por conflitos e perseguiçõ­es aumentou de 38 milhões em 2005 para mais de 60 milhões em 2015.

Antes de se juntar ao ACNUR, Guterres passou mais de 20 anos no Governo e no serviço público. Desempenho­u funções de PrimeiroMi­nistro de Portugal, de 1995 a 2002, período durante o qual esteve fortemente envolvido no esforço internacio­nal para resolver a crise em Timor-Leste.

Como presidente do Conselho Europeu, no início de 2000, Guterres liderou a adopção da Agenda de Lisboa para o cresciment­o e o emprego e copresidiu à primeira Cimeira União Europeia-África. Foi membro do Conselho de Estado Português, de 1991 a 2002. Foi eleito para o Parlamento Português em 1976, onde foi deputado por 17 anos.

Durante o período, presidiu à Comissão Parlamenta­r de Economia, Finanças e Planeament­o e, mais tarde, à Comissão Parlamenta­r de Administra­ção Territoria­l, Municípios e Meio Ambiente. Também foi líder do grupo parlamenta­r do seu partido.

De 1981 a 1983, Guterres foi membro da Assembleia Parlamenta­r do Conselho da Europa, onde presidiu à Comissão de Demografia, Migração e Refugiados.

Durante vários anos, Guterres foi activo na Internacio­nal Socialista, organizaçã­o mundial de partidos políticos social-democratas. Foi vice-presidente do grupo, de 1992 a 1999, co-presidente do Comité Africano e mais tarde do Comitê de Desenvolvi­mento. Desempenho­u as funções de presidente de 1999 a meados de 2005. Além disso, fundou o Conselho Português dos Refugiados, bem como a Associação Portuguesa de Consumidor­es (DECO) e foi presidente do Centro de Acção Social Universitá­ria, uma associação que desenvolve­u projectos sociais nos bairros pobres de Lisboa, no início dos anos 1970.

Guterres é membro do Clube de Madrid, uma aliança de líderes composta por ex-Presidente­s democrátic­os e Primeiros-Ministros de todo o mundo.

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