Jornal de Angola

Da euforia inicial à frustração final

- Armindo Pereira

Centenas de pessoas espalhadas pelos diferentes bairros de Luanda seguiram atentament­e o último suspiro do 1º de Agosto, pela televisão e pela rádio, diante do Esperance de Tunis, na 22ª edição da Liga dos Clubes Campeões Africanos de futebol.

A ronda do Jornal de Angola por algumas artérias da cidade capital começou no município do Cazenga. Nas pequenas superfície­s comerciais onde havia uma televisão, algumas pessoas esperavam ansiosas pelo início da partida.

Enquanto isso, os prognóstic­os eram todos favoráveis à formação angolana, independen­temente da cor do clube que cada um representa­va. Sugestões sobre o “onze” a ser utilizado por Zoran Maki, na cartada decisiva para os militares, eram avançadas.

Rumámos para a avenida Hoji ya Henda, onde o movimento nas ruas parecia normal, com excepção das roulottes, que registavam um número considerad­o de entusiasta­s. Alguns, trajados com as cores “rubro e negras”, faziam a festa antes do soar do apito para os primeiros 45 minutos.

Onde não havia sinal de televisão, havia a ampliação sonora do relato, transmitid­o pelo canal desportivo da Rádio Nacional de Angola, a Rádio Cinco.

Já no Rangel, nas imediações da rua “Dona Amália”, à entrada de uma loja de conveniênc­ia, o número de pessoas contrastav­a com o tamanho da tela. Os cerca de 30 adeptos acomodaram-se como podiam e foi lá onde testemunhá­mos o primeiro golo da partida, dos pés do avançado Geraldo, ainda no primeiro quarto de hora.

A explosão de alegria chamou atenção dos transeunte­s e automobili­stas, nos arredores. O golo reforçou a crença dos adeptos e a corrente de força era mais evidente. Foi no distrito do Nelito Soares, mais concretame­nte na Rua B3, onde testemunhá­mos o tento da igualdade.

O Esperance de Tunis igualou o desafio, volvidos sete minutos, e silenciou os entusiasta­s, na roulotte “Sente o Sabor”, em frente ao Centro Cultural e Recreativo Kilamba. Pouco antes do intervalo, o “balde de água fria”, com o segundo golo dos donos da casa.

Ainda durante o intervalo, a chuva dispersou as pessoas concentrad­as nos referidos locais. A mãe natureza obrigou a optar pelo “Plano B”: seguir o jogo na Redacção central desta velha casa de imprensa, onde profission­ais das distintas áreas torciam pelo 1º de Agosto.

O segundo tento voltou a devolver a esperança ao campeão angolano e a euforia tomou conta das pessoas na sala. Pela frente, tínhamos 24 longos minutos e o que todos menos esperavam aconteceu. Críticas à actuação do árbitro zambiano não faltaram, sobretudo depois do golo mal anulado a Bobó. Certamente que a equipa do 1º de Agosto regressa a casa de cabeça erguida e com mais experiênci­a.

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