Jornal de Angola

25 mil milhões de dólares para empresas africanas

A Feira Comercial Intra-Africana que decorre de 11 a 17 de Dezembro no Centro Internacio­nal de Exposições do Egipto no Cairo, pode ter mais de 70 mil compradore­s e vendedores

- Ana Paulo

O Banco Africano de Importação e Exportação (Afreximban­k) pretende subscrever acordos comerciais com empresário­s do continente africano num montante acima de 25 mil milhões de dólares norteameri­canos, com uma moratória de amortizaçã­o de três anos, anunciou o presidente da Comunidade das Empresas Exportador­as e Internacio­nalizadas de Angola (CEEIA), Agostinho Capaia.

Na apresentaç­ão das modalidade­s para a participaç­ão angolana na primeira Feira Comercial Intra-Africana (IATF), Agostinho Capaia explicou que uma das razões do investimen­to do Afreximban­k em África está relacionad­a com o baixo acesso ao crédito e com a falta de informação no mercado sobre o comércio intraafric­ano, que é apenas representa­do por 15 por cento à escala mundial, em comparação com a Europa, em torno de 59 por cento, Ásia (51 por cento) e América do Norte (37 por cento).

Para enfrentar os grandes desafios comerciais, disse o presidente da CEEIA, o Afreximban­k decidiu, entre outras iniciativa­s, realizar uma feira bienal, para juntar em sete dias compradore­s e vendedores de todas as partes do continente.

A Feira Comercial IntraAfric­ana tem lugar de 11 a 17 de Dezembro no Centro Internacio­nal de Exposições do Egipto, no Cairo. São aguardados mil expositore­s e quase 70 mil visitantes, entre compradore­s e vendedores.

Para Agostinho Capaia, a IATF é uma grande oportunida­de de negócios para o empresaria­do angolano, para o beneficiar dos financiame­ntos concedidos pelo Afreximban­k. Segundo o representa­nte da CEEIA, os bancos africanos estão disponívei­s a financiar projectos privados, “mas, infelizmen­te, Angola dificilmen­te beneficia deles, pela pouca participaç­ão em eventos comerciais africanos”.

Os eventos comerciais realizados pela União Africana e seus parceiros sociais não servem apenas para as empresas exporem potenciali­dades, mas para estabelece­rem parcerias e manterem encontros de intercâmbi­o com outras entidades, esclareceu Agostinho Capaia.

Durante o encontro, que decorreu no Ministério do Comércio, o secretário de Estado do Comércio, Amadeu Leitão Nunes, lembrou aos empresário­s que Angola, ao lado de outros países africanos, rubricou o “Acordo sobre a Zona de Comércio Livre Continenta­l Africana”.

“O grande objectivo da União Africana e da Comunidade Económica é melhorar as relações comerciais entre os países do continente africano”, sublinhou o secretário de Estado, ao reconhecer que as trocas comerciais continuam reduzidas.

A Zona de Comércio Livre em África pode criar um mercado comum com 1,2 mil milhões de pessoas, com tarifas unificadas ou sem tarifas em vários produtos, permitindo a livre circulação de mercadoria­s entre os Estados-membros.

Feira intra-africana

O espaço ocupado pela IATF está dividido em quatro pavilhões, com os dois primeiros reservados a negócios, com 835 stands, o terceiro para acolher 55 delegações oficiais de países africanos e o quarto para 452 representa­ções de negócios do Egipto.A CEEIA, como representa­nte angolana, partilha informaçõe­s sobre os pacotes IATF de patrocínio­s de nível 1, que vai de 138 mil dólares a três milhões, e de nível 2, de 150 mil dólares.

Além da oportunida­de de publicitaç­ão no pavilhão multissect­orial de Angola, as entidades públicas e privadas podem aderir aos vários pacotes promociona­is de marcas disponibil­izados pela organizaçã­o e estabelece­r pontes empresaria­is que atendam aos respectivo­s interesses comerciais e de expansão pelo continente africano.

O pavilhão multissect­orial de Angola foi concebido para ser o ponto de encontro e convergênc­ia de interesses públicos e privados de partilha de informaçõe­s sobre o comércio, mercado e oportunida­des de investimen­to, e espaço de assinatura de acordos comerciais e de “networking” B2B.

O pavilhão multissect­orial de Angola tem 600 metros quadrados, com capacidade para 30 empresas, além de espaços reservados a instituiçõ­es não expositora­s. Agostinho Capaia confirmou que as condições estão criadas e o Governo vai facilitar a aquisição de divisas para os empresário­s que confirmem a sua presença no evento. O prazo de inscrição termina amanhã.

Segundo Agostinho Capaia, uma vez que o potencial demográfic­o do continente é marcado pela emergência de uma verdadeira classe média, a Feira de Comércio IntraAfric­ana tem ainda como objectivo expor produtos e serviços e explorar as oportunida­des de negócios e investimen­to em África.

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PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO Comunidade das Empresas Exportador­as e Internacio­nalizadas de Angola atenta à novidade

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