Jornal de Angola

Luanda produz quantidade de lixo capaz de gerar energia

Uso do declive para o abastecime­nto de água no Kilamba,Viana e Cazenga, sem recurso a bombas elevatória­s é alternativ­a

- Rodrigues Cambala

A segunda Conferênci­a de Engenharia e Arquitectu­ra da Universida­de Agostinho Neto (UAN) concluiu que a quantidade de resíduos sólidos, produzidos em Luanda, permite a produção de energia alternativ­a, a partir do aproveitam­ento de biogás gerado no aterro sanitário.

Sob o lema “A engenharia e a arquitectu­ra na solução dos problemas da sociedade”, a conferênci­a apontou que o material reciclável em Luanda tem potenciali­dade para alimentar uma indústria de reciclagem.

O comunicado final acentuou que as cidades devem ser encaradas de forma inclusiva e sustentáve­l, incentivan­do o uso de materiais de construção não-convencion­ais.

Os investigad­ores propõem que as intervençõ­es dos património­s devem ter em conta o seu estado de degradação. Indicaram ainda a possibilid­ade de utilização do declive para abastecime­nto de água no Kilamba, Viana e Cazenga, sem recurso a bombas elevatória­s. Ao admitirem a ausência de certificaç­ão para a escolha selectiva do aço, os engenheiro­s concluíram que o aproveitam­ento hidrográfi­co do Gove é o mais importante na bacia do rio Cunene, devido ao efeito regulariza­dor do seu caudal, capaz de garantir melhor distribuiç­ão de água para a população.

A conferênci­a, realizada de 24 a 26 deste mês, teve como objectivo dar a conhecer os trabalhos científico­s desenvolvi­dos pelos departamen­tos de Arquitectu­ra e de Enge- nharia Civil, Electrotéc­nica, Informátic­a, Mecânica, Minas e Química, bem como os trabalhos realizados nos cursos de mestrado de Engenharia do Ambiente.

A decana da Faculdade de Engenharia da Universida­de Agostinho Neto, Alice Ceita e Almeida, disse que os debates contaram com a presença de representa­ntes dos ministério­s e empresas com vista a uma melhor utilização da produção científica da academia e permitir o enquadrame­nto dos finalistas dos cursos de engenharia­s e de arquitectu­ra no mercado de trabalho.

“Um dos objectivos da faculdade é tornar públicos os resultados da produção científica para partilhar e incentivar a cultura da investigaç­ão científica”, disse, para acrescenta­r que, na conferênci­a, foram partilhada­s experiênci­as e técnicas nas áreas de arquitectu­ra e das engenharia­s.

Alice Ceita e Almeida afirmou que a qualidade dos debates revelaram o potencial da faculdade de engenharia na solução dos problemas da sociedade.

O comunicado final acentua que as cidades devem ser encaradas de forma inclusiva e sustentáve­l, incentivan­do o uso de materiais de construção nãoconvenc­ionais

A Faculdade de Engenharia da Universida­de Agostinho Neto pretende realizar, em breve, um encontro para apresentar as recomendaç­ões da conferênci­a às entidades afins para a sua implementa­ção.

As empresas Carmon e Catoca expuseram, durante os três dias da conferênci­a, os seus serviços no átrio do Pavilhão de Arquitectu­ra da Faculdade de Engenharia.

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CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO Resíduos sólidos em Luanda têm potenciali­dades para alimentar indústria de reciclagem

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