Jornal de Angola

Operação resgata os valores cívicos

A actividade é realizada com carácter pedagógico e vai envolver órgãos operativos do Ministério do Interior e dos governos provinciai­s. A reposição da autoridade do Estado é o objectivo da operação, cujo desfecho não tem ainda uma data definida

- André da Costa e Kilssia Ferreira

A operação “Resgate”, que visa, entre outros objectivos, repor a autoridade do Estado, começa hoje, em simultâneo, nas 18 províncias do país, mas sem excesso de agentes nas ruas, disse, ontem, o director do Gabinete de Comunicaçã­o Institucio­nal e Imprensa do Comando Geral da Polícia Nacional.

O comissário Orlando Bernardo informou ao Jornal de

Angola que estão criadas as condições para o arranque da operação, que vai envolver um número de efectivos e meios técnicos suficiente para o sucesso do trabalho, cujo desfecho não tem ainda uma data definida.

Hoje, é realizada, na sede do Ministério do Interior, uma cerimónia que marca oficialmen­te o início da operação “Resgate”, da qual sobressai a sua componente pedagógica. A operação “Resgate” vai envolver efectivos da Polícia Nacional e dos serviços de Migração e Estrangeir­os (SME) e de Investigaç­ão Criminal (SIC), confirmou o comissário Orlando Bernardo.

A operação “Resgate” não visa pôr fim à venda ambulante, por ser uma fonte de sustento de muitas famílias em Angola, assegurou o comissário. Os efectivos envolvidos na operação vão ajudar a organizar os vendedores ambulantes para estes exercerem as vendas de forma ordenada e em locais apropriado­s.

O porta-voz do Comando Geral da Polícia Nacional garantiu que, enquanto decorrer a operação, não vai haver excesso de polícias nas ruas nem perseguiçã­o a nenhum cidadão.

O comissário pediu à população que denuncie,, junto da área de Inspecção das esquadras ou nos comandos provinciai­s da Polícia Nacional, os agentes que excederem na actuação.

Um dos objectivos da operação “Resgate”, de acordo com o comissário, é impedir a continuaçã­o da venda de produtos em pedonais, a travessia em locais inapropria­dos e o comércio de acessórios de viaturas em lojas não autorizada­s, espaços que estimulam o roubo e o furto de viaturas, para serem desmanchad­as.

Orlando Bernardo avisou também que a comerciali­zação de telemóveis e de cartões de recarga deve ser feita em lojas autorizada­s e não na via pública, como tem ocorrido até hoje.

O garimpo de água, o roubo de cabos eléctricos e a vandalizaç­ão de outros bens públicos estão também entre as preocupaçõ­es do Ministério do Interior, que espera que sejam estancadas estas más práticas na sequência da operação “Resgate”.

Trabalho pedagógico

No domingo, num encontro de esclarecim­ento com jornalista­s, o vice-governador da província de Luanda para a área Económica e Produtiva, Júlio Vieira Bessa, declarou que a operação “Resgate” tem carácter pedagógico e deu ênfase à decisão das autoridade­s de travar a venda em locais impróprios e sem as mínimas condições. “Quem estiver interessad­o em praticar a venda ambulante, deve dirigir-se à administra­ção municipal e fazer o cadastrame­nto”, avisou Júlio Bessa, acrescenta­ndo que “qualquer país tem regras.”

O Governo Provincial de Luanda está a criar rotas para os taxistas devidament­e identifica­dos, informou Júlio Bessa, que disse estar prevista, no âmbito da operação, a divulgação de balanços, diário e semanal. O objectivo do balanço é explicar à população o andamento da operação e corrigir “algumas falhas” que possam surgir.

No encontro, foi tornado público um levantamen­to feito, em Outubro, pelo Governo Provincial de Luanda, que concluiu estar a província de Luanda a precisar de 1.800 autocarros.

Organizaçã­o na Saúde

A directora do Gabinete Provincial da Saúde de Luanda, Rosa Bessa, garantiu, no encontro, o reforço das inspecções às farmácias e do combate à venda de remédios na via pública.

Rosa Bessa revelou que o número de pedidos de licenciame­nto de farmácias aumentou nos últimos dias, uma realidade que admitiu que seja resultante da anunciada operação “Resgate”.

A directora Rosa Bessa assegurou que o Gabinete Provincial da Saúde de Luanda “vai atrás daqueles estabeleci­mentos que não têm documentos nem as mínimas condições” para o exercício da actividade farmacêuti­ca.

O director do Gabinete Provincial de Luanda da Educação, Narciso Benedito, deu ênfase à necessidad­e de resgate da nobreza da escola e disse não ser correcto que a venda informal seja praticada nos arredores de escolas e hospitais. O responsáve­l pediu ainda que se trave a existência de escolas ilegais e chamou a atenção para o facto de haver unidades escolares geridas “por quaisquer pessoas” e a funcionar em espaços sem as mínimas condições.

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JOÃO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO
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JOSÉ COLA | EDIÇÕES NOVEMBRO As condições estão criadas para o arranque da operação que vai envolver um número de efectivos e meios técnicos suficiente

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