Mandados de detenção contra dirigentes sírios
Um juiz de instrução francês emitiu mandados internacionais de prisão contra três altos responsáveis do Governo sírio suspeitos de envolvimento nos casos de desaparecimento, em 2013, de dois cidadãos franco-sírios, declarados mortos anos depois.
Uma fonte judicial disse que os mandados foram expedidos a pedido do Ministério Público francês, que acusa os responsáveis sírios de “cumplicidade em actos de tortura”, “cumplicidade em desaparecimentos forçados”, “cumplicidade nos crimes contra a humanidade, crimes de guerra e delitos de guerra.”
Segundo a fonte judicial, que confirma informações publicadas pelo jornal Le Monde, o ex-chefe dos Serviços de Informação sírio, actualmente chefe de Departamento de Segurança Nacional, Ali Mamlouk, o chefe do Serviço de Informação da Força Aérea da, Síria Jamil Hassan, e o director da divisão em Bab Touma (Damasco) do Serviço de Informação da Força Aérea, Abdel Salam Mahmoud, são os visados pelos mandados.
O Ministério Público francês abriu uma investigação preliminar em 2015, após descobrirem a prisão de um pai e o filho, Mazen e Patrick Dabbagh, graças à chamada investigação “César” - em homenagem a um ex-fotógrafo da Polícia Militar síria que fugiu do país em 2013, levando consigo 5.000 fotos de corpos torturados.
A instrução judicial abriu em Outubro de 2016 pelos “desaparecimentos e actos de tortura, que constituem crimes contra a humanidade”, e o caso foi entregue aos juízes de instrução da unidade de crimes contra a humanidade e de guerra, dias depois de o irmão e tio dos desaparecidos, a Federação Internacional dos Direitos Humanos e a Liga dos Direitos Humanos (LDH) terem apresentado uma queixa. Os dois franco-sírios foram presos em 2013 pela Polícia, que se declararam membros do Serviço de Informação da Força Aérea da Síria.