CPLP tem condições para estabelecer pontes
O secretário-geral das Nações Unidas afirmou ontem que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) tem “condições excepcionais” para “fazer pontes” e ser mensageira de uma ordem internacional baseada no Direito, pois inclui países de todos os continentes e assenta num quadro de relações de cooperação e amizade entre todos os seus Estados, sendo descrita como “um símbolo de harmonia”.
António Guterres, que foi ontem distinguido pela CPLP com o prémio bienal José Aparecido de Oliveira, considerou que este reconhecimento mostra “o empenho dos membros da CPLP em tudo fazer” para enfrentar “os enormes riscos” que se apresentam ao mundo, das alterações climáticas ao terrorismo, passando pelos impactos da evolução tecnológica. A resposta da comunidade internacional a esses riscos deve ser feita, não através “de expressões de nacionalismo e de isolacionismo que não têm qualquer sentido”, mas reafirmando “uma ordem multilateral” que Guterres considerou ser hoje “mais indispensável do que nunca para a solução dos problemas mundiais”.
Na cerimónia da entrega do prémio, que teve lugar na sede da CPLP em Lisboa, o responsável da ONU lamentou ainda que a “erosão” das relações internacionais se traduza num aumento da desconfiança entre os Estados e entre os povos, “o que torna cada vez mais difícil a defesa da paz e a segurança” e a promoção de uma “globalização justa”.