Jornal de Angola

Democratas e Republican­os disputam controlo do Capitólio

As eleições de hoje constituem também um teste para o Presidente Trump à frente da Admnistraç­ão norte-americana

-

Os cidadãos norte-americanos votam hoje nas eleições legislativ­as de meio mandato para renovação da Câmara dos Representa­ntes e o Senado, assim como a escolha de governador­es de Estados.

Para dar impulso à campanha e incentivar a votação junto do eleitor, o actual inquilino da Casa Branca, Donald Trump, do Partido Republican­o e o democrata e ex-Presidente, Barack Obama, se desdobrara­m em vários comícios no fim-de-semana, para tentar aumentar a população votante.

O actual e o ex-Presidente ainda são figuras muito populares nos seus respectivo­s partidos e as suas aparições em diversos eventos políticos tinham como finalidade estimular os eleitores nos estágios finais de uma eleição parlamenta­r vista como um referendo sobre os dois primeiros anos de Donald Trump na Casa Branca.

Até ontem, as sondagens e pesquisas de opinião e analistas eleitorais mostravam os democratas favoritos para ocupar os 23 assentos que necessitam para conquistar a maioria na Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, o que lhes permitiria frustrar a agenda legislativ­a de Trump e investigar a actual Administra­ção.

Os republican­os devem manter a pequena maioria no Senado, actualment­e de dois assentos, o que permitiria que retivessem o poder de aprovar as indicações para o Supremo Tribunal dos EUA e outras indicações judiciais.

Nos últimos dias da campanha, Trump havia ampliado a retórica sobre questões de imigração e cultura, incluindo advertênci­as sobre uma caravana de migrantes que se dirige para a fronteira com o México.

O chefe do Comité Nacional Republican­o, Ronna McDaniel, disse que a media preferiu concentrar-se na retórica de imigração de Trump, embora se tenha referido também aos ganhos económicos e de emprego nestes anos da sua Presidênci­a.

O Departamen­to do Trabalho informou que a geração de emprego foi claramente melhor do que a esperada em Outubro, com a taxa de desemprego estável em 3,7 por cento e os salários terem melhorado em quase uma década.

A aparição de Obama na campanha foi crucial, condenando a cultura do medo de Trump e o que classifico­u como desdém pela verdade.

Na batalha pelo Senado, os democratas defenderam assentos em 10 Estados que Trump ganhou na eleição presidenci­al de 2016, incluindo um grupo que ele ganhou com vantagem de dois dígitos.

Pelo menos até domingo, quase 34,4 milhões de pessoas tinham votado com antecedênc­ia, de acordo com o Projecto Eleitoral da Universida­de da Florida, que acompanhou a participaç­ão. Isso representa um aumento de 67,8 por cento em relação aos 20,5 milhões de votos iniciais em 2014, a última eleição federal em que a Casa Branca não estava em jogo.

“Sim ou não” a Trump

As eleições intercalar­es de hoje tornaram-se também num referendo ao Presidente, numa votação que pode ter uma afluência histórica. A opinião é de Damon Wilson, vice-presidente do Conselho Atlântico, uma organizaçã­o norte-americana de política externa.

O consultor de política externa, que trabalhou com George W. Bush, acredita que as eleições intercalar­es vão servir para corrigir o sistema político, mas adivinha divisões profundas e maior turbulênci­a entre a América e a Europa.

Damon Wilson acredita que apesar das diferenças, os velhos aliados continuam a jogar na “mesma equipa”. O actual vice-presidente do Conselho do Atlântico trabalhou na OTAN, no Iraque, nos Balcãs, na Ucrânia, na Geórgia, China, entre outros países.

"Esta é uma eleição intercalar extraordin­ária. O nosso país tem estado muito dividido e o mundo confuso. Estas eleições tornaram-se num referendo ao Presidente. Ele colocou-se no centro das atenções e vai ser um verdadeiro teste, saber onde ele se situa para o povo americano, ao fim de dois anos de uma Administra­ção que tem sido extraordin­ária. Por isso, há muito em jogo. Os republican­os têm o controlo total em Washington, com Trump, e estas eleições podem mudar isso", concluiu o analista.

As sondagens e pesquisas de analistas políticos mostram os democratas favoritos para ocupar os 23 assentos que precisam para para conquistar a maioria na Câmara dos Representa­ntes

 ?? DR ?? Ex-Presidente norte-americano foi um dos rostos visíveis nas campanhas eleitorais
DR Ex-Presidente norte-americano foi um dos rostos visíveis nas campanhas eleitorais

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola