Angola e Zâmbia acordam construção de um oleoduto
Empreitada proposta por Lusaka está avaliada em cinco mil milhões de dólares e tem potencial para acelerar a integração na Comunidade de Desenvolvimento da África Austral
Os Governos de Angola e Zâmbia assinaram ontem, em Lusaka, um memorando de entendimento no domínio do petróleo e gás, um documento que pode abrir caminho para a construção de um oleoduto entre os dois países, avaliado em cinco mil milhões de dólares.
O acordo para a empreitada proposta pela Zâmbia foi assinado pelo ministro dos Recursos Minerais e Petróleos, Diamantino Azevedo, e o seu homólogo da Energia daquele país, Matthew Nkuwa, noticiou a Angop. O ministro zambiano enfatizou a urgência da construção do projecto denominado Angola-Zambia Oil Pipeline (AZOP), que ligará a Refinaria do Lobito à cidade de Lusaka, no qual se prevê que o seu país tenha uma comparticipação, desembolsando milhares de dólares.
O oleoduto, afirmou Matthew Nkuwa, além de viabilizar o fornecimento de derivados de petróleo da Refinaria do Lobito, também impulsiona os níveis de integração económica entre os países da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC).
Por sua vez, o ministro angolano lembrou o decurso dos projectos de construção de refinarias no Lobito e Cabinda e ainda a reabilitação e modernização da refinaria de Luanda, empreendimentos que deverão elevar a capacidade angolana de refinação para cerca de 300 mil barris dia no total.
“Estamos a dar um importante passo no incremento de relações económicas e, com a assinatura do memorando de entendimento, estamos a abrir portas para que as nossas companhias desenvolvam projectos no domínio do petróleo e gás”, disse Diamantino Azevedo.
O ministro reiterou que “todas as empresas zambianas que queiram investir em Angola são bem-vindas”, apontando a abertura em sectores como a petroquímica, agricultura e serviços.
Sobre o envolvimento de Angola no projecto AZOP, Diamantino Azevedo disse que o país está empenhado numa cooperação séria, que resulte em ganhos recíprocos para os dois povos e Estados e que o Governo angolano dará um grande contributo para a melhoria da qualidade de vida dos povos da Zâmbia e de Angola.
Depois da assinatura do memorando de entendimento, o ministro angolano recebeu, do presidente da Câmara de Minas da Zâmbia, Sokwani Chilembo, informações sobre o sector mineiro zambiano.
A agenda do governante angolano em Lusaka incluía um encontro com o vicepresidente zambiano, Inonge Wima, uma reunião com os promotores do AZOP para obter detalhes sobre os desafios e as vantagens do projecto, caso venha a ser implementado.
Hoje, Diamantino Azevedo e a delegação que o acompanha visitam uma siderurgia a 40 quilómetros de Lusaka.
Acordo com a RDC
Sábado, o ministro dos Recursos Minerais e Petróleos concordou com o seu homólogo do sector dos Hidrocarbonetos da República Democrática do Congo (RDC), Aime Lusa-Diese, na criação de uma comissão de peritos para reunir em Luanda “o mais cedo possível”, a fim de analisar e propor soluções adequadas à exploração marítima e prospecção de petróleo.
A decisão foi tomada durante um encontro na cpital da RDC, Kinshasa, que serviu para analisar o uso recíproco das águas territoriais dos dois países, em questões como a pesquisas sísmicas, bem como exploração e produção de hidrocarbonetos na zona marítima de interesse comum de am-bos os Estados.
Outro assunto que mereceu análise profunda aos titulares dos hidrocarbonetos dos dois países foi o tráfico de derivados de petróleo na fronteira comum entre Angola e a RDC, tendo as partes chegado à conclusão da necessidade da criação de uma comissão interministerial alargada aos especialistas de ministérios afins, com a finalidade de propor um mecanismo bilateral de regulação.
Ministro zambiano enfatizou a urgência da construção do projecto Angola-Zambia Oil Pipeline (AZOP), que ligará a Refinaria do Lobito à cidade de Lusaka