Jornal de Angola

Eurobonds financiam obras estruturan­tes

- Graciete Mayer

O Estado disponibil­izou cerca de 40 mil milhões de kwanzas para execução de cinco projectos estruturan­tes no país com o recurso a emissões de Eurobonds efectuadas em 2015 e 2018 num valor avaliado em 4,75 mil milhões de dólares (1,4 triliões de kwanzas).

A informação foi avançada pelo técnico da Unidade de Gestão da Dívida Pública (UGD) Ethiene Lima, no final de um ciclo de formação para jornalista­s ligados a área de economia consagrada às Finanças Públicas, que ontem encerrou em Luanda.

Ao dissertar sobre o tema “Eurobonds - o caso de Angola”, avançou que, com recurso à emissões, o Executivo financiou projectos como a reabilitaç­ão da Estrada Condé/Ébo, por 2,5 mil milhões de kwanzas, e a reabilitaç­ão e expansão das redes e ligações domiciliar­es de água em Luanda, uma empreitada avaliada 8,8 mil milhões de kwanzas.

Constam deste pacote os projectos de aquisição de quadros eléctricos e materiais para a rede de distribuiç­ão, cifrados em dois mil milhões de kwanzas, desassorea­mento do Rio Malanje (10,3 mil milhões de kwanzas), bem como a reabilitaç­ão das pontes sobre o rio Longa e sobre o rio Keve (12,3 mil milhões de kwanzas).

O Estado priorizou, numa primeira fase, essas obras considerad­as “relevantes”, com a perspectiv­a do restante das verbas serem canalizada­s para outros projectos já programado­s. Os Eurobonds são títulos de dívida soberana em moeda estrangeir­a, neste caso, em dólares. Em Novembro de 2015, Angola estreou-se na emissão de Eurobonds, captando no mercado externo cerca de 1,5 mil milhões de dólares a uma taxa de juro de 9,5 por cento ao ano e uma maturidade de dez anos.

A segunda emissão foi feita em duas parcelas, uma primeira no valor nominal de 1,75 mil milhões de dólares, a uma taxa de juro de 8,25 por cento ano e maturidade de dez anos, e a segunda de 1,25 mil milhões, juro de 9,375 por cento e maturidade de 30 anos.

Ethiene Lima disse que a percepção dos investidor­es internacio­nais sobre risco Angola “melhorou bastante” fruto das medidas que foram aplicadas pelo Executivo do Presidente João Lourenço, que visam essencialm­ente a estabiliza­ção macroeconó­mica.

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MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO Números foram revelados pelo economista Ethiene Lima

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