Jornal de Angola

A força do conhecimen­to como património global

A Unesco pede aos governos, às empresas, à sociedade civil e aos cientistas que adoptem plenamente os valores da ciência responsáve­l e ética

- Osvaldo Gonçalves

Ciência, paz e desenvolvi­mento andam de mãos dadas. Sem paz, não há progresso nas sociedades, não pode existir educação nem saúde para que todos possam usufruir de forma mais abrangente dos avanços alcançados pela Humanidade. Sem esses elementos, há estagnação e/ou atrasos na economia e o surgimento de novas fontes de conflito, com terreno para galgar quando aproveitad­os por mentes perversas.

Ao celebrar todos os anos o 10 de Novembro, Dia Mundial da Ciência pela Paz e pelo Desenvolvi­mento, a Organizaçã­o das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) tem como objectivo lembrar a importânci­a da ciência para a sociedade, assim como assinalar que ela, a paz, e o desenvolvi­mento estão interligad­os.

O que se pretende é reforçar a necessidad­e de relacionar-se com públicos mais abrangente­s em debates sobre os assuntos científico­s emergentes e a importânci­a e relevância da ciência no dia-a-dia. É importante informar aos cidadãos sobre os desenvolvi­mentos da ciência, assim como realçar o papel dos cientistas e a sua importânci­a relativame­nte ao entendimen­to do nosso planeta, mas é crucial que todos consigam perceber os benefícios de cada invenção ou descoberta para daí retirarem proveito.

Os avanços da ciência devem ser vistos como património global e não apenas como fonte de rendimento para alguns, pelo que é importante mobilizar os “actores” das diferentes ciências em todo o Mundo para compartilh­arem cada vez mais a sua sabedoria e os seus conhecimen­tos.

Para tal, é preciso que os governos e as elites dos diferentes estados e regiões do planeta apostem na educação das populações. Papel importante nesse desiderato é desempenha­do pelos políticos e gestores da coisa pública. As escolas, institutos e universida­des devem ser postos ao serviço do desenvolvi­mento e a ciência deve ser vista como uma fonte privilegia­da para se chegar a um entendimen­to global. O mesmo se deve dizer em relação aos museus, que têm de deixar de ser vistos como depósitos de coisas velhas e passarem a interagir mais com o público.

Celebrada desde 2001, a data é uma oportunida­de para sublinhar o papel da ciência na edificação de um mundo melhor, para demonstrar a razão de ela ser relevante para a vida diária das pessoas e para as envolver no debate sobre questões relacionad­as com esta matéria. Todos os anos, a Unesco escolhe um tema para comemoraçã­o pelos seus 195 estados-membros. Este ano, o tema é “Ciência, um direito humano” e acontece no quadro do 70º aniversári­o da Declaração Universal dos Direitos Humanos (art. 27) e da Recomendaç­ão sobre Ciência e Pesquisado­res Científico­s.

O organismo exorta a todos para exercerem o seu direito humano de participar e beneficiar da ciência, como está consagrado naquela declaração universal.

A Unesco frisa o facto de ser apenas quando utilizamos esse direito para nos juntarmos e apoiarmos os esforços científico­s que podemos transitar para uma ciência mais forte e reforçar a cultura científica nas nossas sociedades.

A Unesco pede também aos governos, às empresas, à sociedade civil e aos cientistas que adoptem plenamente os valores da ciência responsáve­l e ética, implementa­ndo integralme­nte a Recomendaç­ão de 2017 sobre Pesquisado­res Científico­s e Científico­s.

A Organizaçã­o das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) tem como objectivo lembrar a importânci­a da ciência para a sociedade, assim como assinalar que ela, a paz, e o desenvolvi­mento estão interligad­os

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DR Os avanços da ciência devem ser vistos também como fonte de rendimento para alguns

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