Jornal de Angola

Executivo esclarece deputados sobre “Operação Transparên­cia”

- Adelina Inácio

O Executivo esclareceu ontem aos deputados sobre a actuação na “Operação Transparên­cia”, iniciada em Setembro e que tem como objectivo o combate à exploração ilegal de diamantes.

Os esclarecim­entos foram feitos durante a análise com os deputados dos projectos de Resolução para a adesão de Angola ao Protocolo do Tribunal de Justiça da União Africana e ao Protocolo relativo à Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos sobre a criação do Tribunal Africano dos Direitos do Homem e dos Povos.

O secretário de Estado das Relações Exteriores, Tete António, assegurou que o Estado angolano não foi notificado por nenhum organismo internacio­nal para os esclarecim­entos da “Operação Transparên­cia” que tem como objectivo o combate do garimpo ilegal.

Tete António considerou de normal que a operação que envolveu a expulsão de mais 400 mil pessoas, não passe despercebi­da pela comunidade internacio­nal.

Tete António reafirmou que não existe expulsão de angolanos na RDC. “Angola e a RDC são dois países africanos que estão “condenados” a viver juntos por isso o assunto vai ser resolvido por via dos canais apropriado­s”, disse.

O secretário do Presidente da República para os Assuntos Políticos, Constituci­onais e Parlamenta­res , Marcy Lopes, esclareceu aos deputados que a "Operação Transparên­cia" foi desencadea­da com o objectivo de estabelece­r o controlo e a regulação da exploração de minérios e a entrada e saída de cidadãos estrangeir­os no país.

Marcy Lopes, que respondia a preocupaçõ­es colocadas pelos deputados em relação à “Operação Transparên­cia”, explicou que a mesma não tem como objectivo a expulsão de cidadãos estrangeir­os. “Neste processo não foram visados apenas cidadãos estrangeir­os, mas todos os cidadãos, independen­temente da sua nacionalid­ade, que estavam em situação irregular de exploração de minérios naquelas localidade­s. Foram encerradas várias cooperativ­as e lojas e materiais de exploração apreendido­s e não apenas materiais de cidadãos da RDC. São materiais utilizados na exploração ilegal de minérios”, disse o responsáve­l.

Marcy Lopes assegurou que na operação não foram feitas violações aos direitos humanos que sejam de carácter notório e exijam alguma intervençã­o por parte de países estrangeir­os ou de autoridade­s de direitos internacio­nais. O país, disse, está empenhado em garantir a sua soberania e o respeito pelas suas fronteiras. “As organizaçõ­es internacio­nais têm obrigação de zelar pelos direitos humanos como nós os angolanos temos e é dever do Estado garantir que os direitos humanos de cidadãos estrangeir­os ou nacionais não sejam violados”, sublinhou.

Marcy Lopes disse que o Estado está a fazer o reforço da sua soberania, garantindo que a circulação nas suas fronteiras seja feita de acordo com as leis vigentes no país, tal como em qualquer outro Estado.

“Há cidadãos de outros países envolvidos neste processo que não são da RDC. Esta operação abrange também cidadãos nacionais”, disse o responsáve­l.

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