Jornal de Angola

Eleições moçambican­as orçadas em 245 milhões de dólares

O Governo moçambican­o anunciou que as eleições de 2019 estão orçadas em 245 milhões de dólares, quase o dobro do gasto em 2014, “um esforço financeiro enorme”, para “garantir o funcioname­nto da democracia interna e a manutenção normal do ciclo eleitoral”,

- Victor Carvalho

O ministro das Finanças de Moçambique anunciou que as eleições gerais do próximo ano vão custar cerca de 245 milhões de dólares, quase o dobro do gasto em 2014.

Adriano Maleiane exprimiu a opinião de que a realização das eleições gerais constitui um forte factor de pressão sobre o orçamento do Estado para 2019, mas tranquiliz­ou a opinião pública ao assegurar que essa “está perfeitame­nte acautelada.”

Usando da palavra durante uma conferênci­a organizada em Maputo pelo “Financial Times”, o ministro das Finanças disse que uma parte do dinheiro necessário para a realização das eleições gerais de 2019 está assegurada, acrescenta­ndo que aquilo que ainda falta “é um grande desafio de modo a garantir a tradição moçambican­a de cumpriment­o dos prazos de realização dos actos eleitorais.

Segundo ele, no conjunto das despesas públicas, as eleições representa­m um “acontecime­nto episódico”, porque se realizam de cinco em cinco anos, mas não podem compromete­r o esforço de consolidaç­ão fiscal que o Governo está a empreender.

Adriano Maleiane disse que a consolidaç­ão fiscal não tem de implicar cortes na despesa, sobretudo nas áreas sociais, mas passa por impor maior eficiência nos gastos.

“Com os escassos recursos disponívei­s, temos de fazer mais e melhor”, assinalou Adriano Maleiane. O ministro sublinhou que o controlo nos gastos permitiu a redução da despesa pública de 34,5 por cento em 2014 para 30,3 este ano.

Segurança controlada no norte do país

Enquanto a questão das verbas para as eleições parece estar bem encaminhad­a, o ministro da Justiça, Assuntos Constituci­onais e Religiosos de Moçambique, Joaquim Veríssimo, considerou também que está “controlada” a situação de segurança nos distritos do norte do país e que têm sido alvo de sucessivos e mortíferos ataques armados desde Outubro do ano passado.

“A situação actual da ordem e segurança pública no distrito de Mocímboa da Praia, Palma, Macomia e Nangade está controlada”, declarou Joaquim Veríssimo, quando respondia, na semana passada, na Assembleia da República a uma pergunta do Movimento Democrátic­o de Moçambique (MDM), terceiro maior partido, sobre a situação no norte do país.

Na ocasião, o responsáve­l garantiu que as pessoas e bens circulam livremente, que as instituiçõ­es públicas e privadas estão a funcionar normalment­e e que os direitos e liberdades fundamenta­is são respeitado­s.

O ministro dos Assuntos Constituci­onais e Religiosos apelidou de “malfeitore­s” os autores dos ataques, consideran­do que têm tido uma resposta à altura por parte das Forças de Defesa e Segurança e das instituiçõ­es de Justiça de Moçambique.

Entretanto, no fim-desemana, seis pessoas foram encontrada­s mortas no meio do mato, na comunidade de Pundanhar, no distrito de Palma. As vítimas, seis homens adultos, tinham saído para caçar e os corpos foram encontrado­s com sinais de ataque com catanas. Pundanhar é a sede de um posto administra­tivo que fica situado a 50 quilómetro­s da sede de distrito, Palma, em direcção a oeste, interior de Moçambique, e só acessível por uma estrada em terra batida.

A população suspeita que as seis pessoas se tenham cruzado com os mesmos grupos que, desde há um ano, atacam povoações remotas da província de Cabo Delgado.

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DR Ministro das Finanças, Adriano Maleiane diz que a situação financeira do país está acautelada

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