Imprensa mundial valoriza “boas notícias”
A imprensa mundial está a dar importância às boas notícias em detrimento das más, disse ontem, em Luanda, o director do jornal português “Diário de Notícias”, Ferreira Fernandes, durante uma mesa-redonda organizada pelo Ministério da Comunicação Social.
Moderada pelo ministro João Melo, a mesa-redonda sobre “Boas Notícias” também foi animada pelo activista social Fernando Pacheco e pelos jornalistas Reginaldo Silva e Carlos Rosado.
Ferreira Fernandes foi persistente, dizendo que, actualmente, os grandes jornais do mundo estão a dar mais importância às boas notícias, apesar das tradicionais más notícias continuarem a ter espaço. “As boas notícias são uma obrigação e as más notícias têm um lugar cativo”, disse, citando como exemplo matérias publicadas em jornais dos Estados Unidos, França, Alemanha, Brasil e Reino Unido.
O director do jornal “Diário de Notícias” disse haver vários estudos feitos a confirmarem que as pessoas gostam mais de boas notícias do que as más. De acordo com os mesmos estudos, acrescentou, os jovens são avessos às más notícias. Ferreira Fernandes concluiu que as informações sobre boas notícias são rapidamente difundidas.
O jornalista português sugeriu que em Angola se pode dar maior destaque, como boas notícias, as informações referentes à unidade nacional, potencialidades agrícolas e turísticas que o país dispõe.
O jornalista Reginaldo Silva entende que notícias podem ser boas para alguns e más para outros. O jornalista angolano deu como exemplo a “Operação Resgate”, em curso no país, que para alguns é uma má notícia e para outros boa.
“É preciso fazer um esforço para encontrar o equilíbrio. Os factos acontecem e não somos nós quem os produzimos”, disse Reginaldo Silva, que também é membro da Entidade Regu- ladora da Comunicação Social em Angola (ERCA. Reginaldo Silva apelou aos esforços dos jornalistas para um equilíbrio na hora de publicar as matérias.
Carlos Rosado, director do jornal “Expansão”, especializado em assuntos económicos, entende que boas notícias são aquelas que respeitam as técnicas e deontologia do jornalismo. Para o jornalista, existem boas notícias que não são necessariamente propaganda. “Não há boas ou más notícias. Boas notícias são aquelas feitas com base no respeito às regras do jornalismo”, disse.
O engenheiro agrónomo Fernando Pacheco disse que a definição de boa ou má notícia depende muito de como os jornalistas fazem as notícias. “Há erros do passado que ainda continuam a registar-se”, afirmou o activista cívico, para quem, muitas vezes, na imprensa pública, a notícia é considerada boa apenas quando envolve uma entidade.
O ministro da Comunicação Social, João Melo, declarou que a realização da mesa-redonda se enquadra no programa do Ministério que visa o diálogo permanente com toda a sociedade sobre as questões fundamentais do sector. Tal diálogo, esclareceu, serve para definir a estratégia de comunicação social no país.
Participaram na mesaredonda vários profissionais de comunicação social e algumas entidades.