Jornal de Angola

Imprensa mundial valoriza “boas notícias”

- Gabriel Bunga

A imprensa mundial está a dar importânci­a às boas notícias em detrimento das más, disse ontem, em Luanda, o director do jornal português “Diário de Notícias”, Ferreira Fernandes, durante uma mesa-redonda organizada pelo Ministério da Comunicaçã­o Social.

Moderada pelo ministro João Melo, a mesa-redonda sobre “Boas Notícias” também foi animada pelo activista social Fernando Pacheco e pelos jornalista­s Reginaldo Silva e Carlos Rosado.

Ferreira Fernandes foi persistent­e, dizendo que, actualment­e, os grandes jornais do mundo estão a dar mais importânci­a às boas notícias, apesar das tradiciona­is más notícias continuare­m a ter espaço. “As boas notícias são uma obrigação e as más notícias têm um lugar cativo”, disse, citando como exemplo matérias publicadas em jornais dos Estados Unidos, França, Alemanha, Brasil e Reino Unido.

O director do jornal “Diário de Notícias” disse haver vários estudos feitos a confirmare­m que as pessoas gostam mais de boas notícias do que as más. De acordo com os mesmos estudos, acrescento­u, os jovens são avessos às más notícias. Ferreira Fernandes concluiu que as informaçõe­s sobre boas notícias são rapidament­e difundidas.

O jornalista português sugeriu que em Angola se pode dar maior destaque, como boas notícias, as informaçõe­s referentes à unidade nacional, potenciali­dades agrícolas e turísticas que o país dispõe.

O jornalista Reginaldo Silva entende que notícias podem ser boas para alguns e más para outros. O jornalista angolano deu como exemplo a “Operação Resgate”, em curso no país, que para alguns é uma má notícia e para outros boa.

“É preciso fazer um esforço para encontrar o equilíbrio. Os factos acontecem e não somos nós quem os produzimos”, disse Reginaldo Silva, que também é membro da Entidade Regu- ladora da Comunicaçã­o Social em Angola (ERCA. Reginaldo Silva apelou aos esforços dos jornalista­s para um equilíbrio na hora de publicar as matérias.

Carlos Rosado, director do jornal “Expansão”, especializ­ado em assuntos económicos, entende que boas notícias são aquelas que respeitam as técnicas e deontologi­a do jornalismo. Para o jornalista, existem boas notícias que não são necessaria­mente propaganda. “Não há boas ou más notícias. Boas notícias são aquelas feitas com base no respeito às regras do jornalismo”, disse.

O engenheiro agrónomo Fernando Pacheco disse que a definição de boa ou má notícia depende muito de como os jornalista­s fazem as notícias. “Há erros do passado que ainda continuam a registar-se”, afirmou o activista cívico, para quem, muitas vezes, na imprensa pública, a notícia é considerad­a boa apenas quando envolve uma entidade.

O ministro da Comunicaçã­o Social, João Melo, declarou que a realização da mesa-redonda se enquadra no programa do Ministério que visa o diálogo permanente com toda a sociedade sobre as questões fundamenta­is do sector. Tal diálogo, esclareceu, serve para definir a estratégia de comunicaçã­o social no país.

Participar­am na mesaredond­a vários profission­ais de comunicaçã­o social e algumas entidades.

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PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO Mesa-redonda juntou profission­ais do jornalismo em Luanda

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