CARTAS DOS LEITORES
Redes sociais
Sou técnico de informática e acompanho com atenção o debate em torno das redes sociais. Acho que o mesmo representa que as pessoas amadureceram o suficiente, atendendo à forma como cada um apresenta os seus argumentos. Apenas lamento a forma unilateral como muitos encaram as redes sociais. Preferem alguns encarar apenas e somente negativamente. As redes sociais, à semelhança de numerosas outras ferramentas inventadas pelos seres humanos, representam sempre vantagens e desvantagens. Mais do que ficarmos a sensibilizar a sociedade sobre os seus perigos, que existem na verdade, mais vale criarmos mecanismos que previnem o pior. Há dias, ouvi numa palestra, um prelector a enfatizar o papel negativo que as redes sociais desempenham na sociedade. Contrariamente a nenhuma referência às vantagens, o homem destilou todo o seu fel contra as redes sociais. Acho que precisamos de debitar as nossas opiniões sobre as redes sociais com o devido tacto porque, como se pode notar com relativa facilidade, proporcionam vantagens e desvantagens. Precisamos de olhar para outras formas para compensar o alegado prejuízo que as redes sociais proporcionam. Prefiro olhar para a educação, repensar o papel das famílias e das escolas para que tenhamos mais equilíbrio. Um investimento na educação das pessoas, a criação de leis eficazes e uma actuação profissional dos órgãos competentes que contribuem, ao menos, para que delitos de maior gravidade não aconteçam.
Nota de felicitações
Gostaria de felicitar as autoridades policiais e o Governo, no geral, pela coragem manifestada com a realização da Operação Resgate, que visa, sobretudo, recuperar o país da triste situação em que se encontra em termos de moralidade. Convém, entretanto, sugerir um maior investimento no sentido de chamar a participação dos cidadãos através de mecanismos de denúncia, que permitam o exercício da fiscalização por parte de todos. É preciso que as pessoas sejam incentivadas a denunciar, sendolhes garantidas todas as condições de segurança, nomeadamente o seu anonimato. É necessário um mecanismo que proteja aqueles que, sendo bem intencionados e estando na posse de informações seguras, as queiram levar ao conhecimento da Polícia, o que pode ser feito por telefone, por carta ou mesmo por e-mail, havendo certeza de que todas as denúncias têm a devida atenção e é importante que os casos apurados na sequência de denúncias anónimas sejam publicitados para que outros se sintam inclinados a participar e todos, sem excepção, sintam que qualquer acção delituosa que praticar poderá chegar ao conhecimento das autoridades. MÁRIO MOREIRA
Viana
Partos domiciliares
Vivo aqui na área dos Mulenvos, em Luanda, e escrevo pela primeira vez para o Jornal de Angola para abordar a questão dos partos feitos a partir de casa, uma realidade ainda comum aqui por estas bandas mesmo com hospitais maternos mais ou menos próximos. Várias vezes, as autoridades ligadas à Saúde têm apelado para que as parturientes recorram às maternidades para um atendimento personalizado e à altura das exigências. Como sabemos, não raras vezes, as parturientes enfrentam dificuldades na hora do parto que apenas as unidades sanitárias podem ajudar a superar. É verdade que a componente cultural continua a pesar muito na maneira como se encara as coisas por parte de numerosas famílias, mas temos de mudar.