Jornal de Angola

Mais de 40 casos de tráfico humano registados no país

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Mais de 40 casos de tráfico de seres humanos, a maioria dos quais relacionad­a com crianças, foram registados em Angola desde 2014, informou, ontem, em Luanda, a secretária de Estado para os Direitos Humanos e Cidadania.

Ana Cardoso Januário, que falava à imprensa à margem de um ciclo de formação sobre recolha de dados sobre o tráfico de seres humanos, admitiu que existem mais casos e acentuou que investigaç­ões prosseguem para averiguaçõ­es.

A secretária de Estado para os Direitos Humanos adiantou que cinco dos mais de 40 casos reportados já foram julgados, encontrand­o-se no rol de implicados cidadãs asiáticas, já repatriada­s.

Entre as crianças vítimas de tráfico humano, estão menores da República Democrátic­a do Congo, informou Ana Cardoso Januário, acrescenta­ndo que essas crianças, enquanto estiverem em Angola sob controlo das autoridade­s, são colocadas em famílias substituta­s ou em centros de acolhiment­o.

Campanhas de sensibiliz­ação, para a elevação da consciênci­a dos cidadãos, a fim de denunciare­m casos de tráfico humano, são realizadas em Angola, lembrou Ana Cardoso Januário.

A secretária de Estado para os Direitos Humanos e Cidadania assegurou o empenho do Estado para a melhoria dos mecanismos de cooperação e combate ao tráfico de seres humanos na Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral (SADC).

A criação de uma base de dados à luz das indicações da Organizaçã­o das Nações Unidas vai permitir o registo de casos de tráfico humano em Angola e o acesso e a troca de informaçõe­s com vários países, sobretudo os da SADC.

O sistema de recolha de dados vai controlar as zonas de maior incidência de casos, seguir as conexões externas, rastrear e monitoriza­r as rotas de tráfico na região.

A secretária de Estado chamou a atenção para o facto de os traficante­s terem sofisticad­o o crime organizado, razão pela qual o Estado é obrigado a adoptar novos mecanismos de protecção dos cidadãos nacionais.

Ana Celeste Januário disse que o processo de formação vai estender-se às províncias do Cunene e Zaire e é destinado a efectivos que trabalham na recolha, sistematiz­ação de informação, verificaçã­o de casos e incidência de tráfico de seres humanos em Angola ou no estrangeir­o.

O representa­nte do Escritório da ONU contra as Drogas e Crime (ONUDOC), Greenwel Lyempre, reafirmou o apoio aos programas de luta contra o tráfico de seres humanos em Angola.

A formação é promovida pelo Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, em colaboraçã­o com o Escritório da ONU contra as Drogas e Crime (ONUDOC).

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EDUARDO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Secretária de Estado Ana Cardoso Januário

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