“Operação Resgate”
A “Operação Resgate” deve merecer o aplauso geral, que pode transformar-se em ovação estrondosa, jamais ouvida em Luanda, desde que concretizada na plenitude das intenções, das quais está “o inferno cheio”.
Eu sei que a operação é de âmbito nacional, mas gosto de escrever sobre o que vejo. Ora, este “Periscópio” tem visão limitada à província de Luanda e não está munido de caixa de ressonância.
A operação há-de ser lenta no cumprimento dos objectivos - sempre se disse que “depressa e bem não há quem” -, desde que não seja a passo de caracol. Portanto, nada de desesperar, para já. O meu receio, tal como, certamente, o da maioria dos luandenses, é que ela não tenha sido devidamente preparada. Desculpem este pessimismo, que sei, irrita alguns, mas “gato escaldado de água fria tem medo”.
Mais do que resgate apenas se pode recuperar o se teve - a operação tem de visar, igualmente, o ensino aos que, no caso de Luanda, por motivos por demais conhecidos, chegaram à grande cidade, com outros hábitos, que é importante entender primeiro antes de procurar levá-los a adoptar outras posturas.
A “Operação Resgate” tem de ser cumprida com paciência, pedagogia, embora com determinação, para não resultar em fracasso e ser vista como mais uma série de rusgas policiais.