Jornal de Angola

“Operação Resgate”

- Luciano Rocha

A “Operação Resgate” deve merecer o aplauso geral, que pode transforma­r-se em ovação estrondosa, jamais ouvida em Luanda, desde que concretiza­da na plenitude das intenções, das quais está “o inferno cheio”.

Eu sei que a operação é de âmbito nacional, mas gosto de escrever sobre o que vejo. Ora, este “Periscópio” tem visão limitada à província de Luanda e não está munido de caixa de ressonânci­a.

A operação há-de ser lenta no cumpriment­o dos objectivos - sempre se disse que “depressa e bem não há quem” -, desde que não seja a passo de caracol. Portanto, nada de desesperar, para já. O meu receio, tal como, certamente, o da maioria dos luandenses, é que ela não tenha sido devidament­e preparada. Desculpem este pessimismo, que sei, irrita alguns, mas “gato escaldado de água fria tem medo”.

Mais do que resgate apenas se pode recuperar o se teve - a operação tem de visar, igualmente, o ensino aos que, no caso de Luanda, por motivos por demais conhecidos, chegaram à grande cidade, com outros hábitos, que é importante entender primeiro antes de procurar levá-los a adoptar outras posturas.

A “Operação Resgate” tem de ser cumprida com paciência, pedagogia, embora com determinaç­ão, para não resultar em fracasso e ser vista como mais uma série de rusgas policiais.

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