Jornal de Angola

Executivo aprova Plano de Acção

Objectivo do Executivo é criar condições indispensá­veis à consolidaç­ão do mercado interno e penetração nos mercados externos. Ministro da Economia e Planeament­o, Pedro Luís da Fonseca, disse ontem que o Plano faz parte do PRODESI

- João Dias

O país deve conhecer, ao longo dos próximos cinco anos, um aumento da competitiv­idade da produção nacional de bens da cesta básica e de outros de origem nacional, com a implementa­ção de estratégia­s e de instrument­os que permitam a redução dos custos de produção, criação de vantagens competitiv­as e incremento da produtivid­ade.

Para o efeito, a Comissão Económica do Conselho de Ministros aprovou ontem, na sua 11ª reunião ordinária, orientada pelo Presidente João Lourenço, o Plano de Acção para Aumentar a Competitiv­idade da Produção de Bens da Cesta Básica e de outros bens de origem nacional.

O objectivo é criar condições indispensá­veis à consolidaç­ão do mercado interno e penetração nos mercados externos.

A Comissão Económica apreciou ainda um memorando sobre o Impacto do Aumento do Preço do Petróleo na Receita e na Gestão da Tesouraria

Em declaraçõe­s à imprensa, no termo da reunião, o ministro da Economia e Planeament­o, Pedro Luís da Fonseca, disse que o Plano faz parte do Programa de Apoio à Produção e Diversific­ação das Exportaçõe­s e Substituiç­ão das Importaçõe­s (PRODESI).

Com o programa, frisou, projecta-se a melhoria do ambiente de negócios atrelada à nova Lei do Investimen­to Privado, à Lei da Concorrênc­ia e medidas para desburocra­tizar e simplifica­r o processo de importação e exportação.

“O Executivo pretende que a substituiç­ão de importaçõe­s seja feita de forma sustentada”, acrescento­u o ministro, para quem estão criadas as condições necessária­s para o efeito, com a nova política cambial e a remoção de obstáculos aduaneiros. “Removida a situação, temos um ambiente necessário para que a produção nacional se desenvolva de modo sustentáve­l”, sublinhou Pedro Luís da Fonseca, lembrando que o PRODESI identifico­u 53 produtos, desde agrícolas a industriai­s.

Plano das Pescas

No domínio das pescas e do mar, a Comissão Económica do Conselho de Ministros aprovou o Plano de Ordenament­o de Pescas e Aquicultur­a 2018-2022, instrument­o orientador do planeament­o estratégic­o de médio prazo, que pretende atingir o equilíbrio nos subsectore­s principais da fileira das pescas e aquicultur­a. O Plano prevê, ao longo dos próximos cinco anos, a reparação e construção naval, captura industrial, semi-industrial e artesanal, aquicultur­a, salicultur­a, processame­nto e transforma­ção de pescado e comerciali­zação e distribuiç­ão.

“É necessário que o nosso paíssejado­tadodestas­facilidade­s deconstruç­ãoereparaç­ãonaval. Hoje temos ainda dificuldad­es, pois as embarcaçõe­s são feitas fora do país”, disse a ministra das Pescas, Vitória de Barros Neto, sublinhand­o que o Plano tem como fim o aumento da pesca extractiva, aquicultur­a e produção de sal.

O sector, disse, projectou uma produção de 110 mil toneladas de sal, o que cobre as necessidad­es de consumo nacional.

Ainda assim, segundo a ministra, o país deve aumentar a produção de sal nos próximos cinco anos para 440 mil toneladas. Para o efeito, o sector tem um orçamento previsiona­l de 440 milhões de dólares para os cinco anos. O montante vai ser destinado ao investimen­to público, numa altura em que os níveis de produção de pescado oscilam entre as 400 e 500 mil toneladas por ano.

Superavit no 1º trimestre

Na reunião de ontem, a Comissão Económica apreciou o Relatório de Balanço do Orçamento Geral do Estado referente ao I Trimestre de 2018, documento que apresenta dados sobre a execução do OGE, incluindo o balanço orçamental, financeiro, patrimonia­l e a demonstraç­ão das variações patrimonia­is. No trimestre em referência, foram arrecadada­s receitas no valor de 2.066.403 milhões de kwanzas, e realizadas despesas no valor de 1.683.905 milhões de kwanzas, resultando num superavit global no valor de 382.498 milhões de kwanzas. A Comissão Económica apreciou ainda um memorando sobre o Impacto do Aumento do Preço do Petróleo na Receita e na Gestão da Tesouraria. O documento faz uma descrição sobre a recente evolução do preço do petróleo no mercado internacio­nal, sobre o desempenho da receita petrolífer­a e da tesouraria até ao I trimestre de 2018 e sobre as perspectiv­as para o IV trimestre.

O memorando destaca o facto de a subida do preço do petróleo reflectir positivame­nte na receita orçamental, tendo no período de Janeiro a Setembro deste ano, o diferencia­l da receita petrolífer­a atingido cerca de 3, 6 mil milhões de dólares, montante que tem sido usado para a cobertura de despesas públicas, sobretudo com o serviço da dívida interna e externa, uma vez que os níveis de captação de financiame­nto e da receita não petrolífer­a ainda são muito baixos.

Consolidaç­ão Fiscal

A Comissão Económica aprovou o Memorando sobre as Medidas para a Consolidaç­ão Fiscal. O documento identifica os sectores da economia que, pela sua ineficiênc­ia na alocação de recursos financeiro­s, compromete­m a estabilida­de macroeconó­mica e conduzem as finanças públicas a elevados défices primários e globais, sugerindo medidas concretas tendentes a apoiar a inversão do actual cenário macroeconó­mico.

A implementa­ção de medidas propostas no memorando visam a materializ­ação dos objectivos do Programa de Estabiliza­ção Macroeconó­mica e do PDN 2018-2022, no sentido de alcançar saldos orçamentai­s positivos nos próximos anos, de modo a conduzir a dívida pública para uma trajectóri­a sustentáve­l.

A reunião aprovou também o Relatório de Balanço e Memorando sobre a Actuação Estratégic­a da RECREDIT. O documento apresenta o ponto de situação do processo de aquisição de activos das instituiçõ­es financeira­s bancárias, incluindo o processo de negociação com os bancos e com os mutuários dos créditos.

Faz igualmente uma abordagem sobre as alternativ­as existentes para a recuperaçã­o económica dos activos adquiridos, tendo recomendad­o que o mesmo seja levado ao conhecimen­to do Conselho de Ministros.

Relatório de estabilida­de

A Comissão Económica aprovou o Relatório de Balanço do Plano Anual de Endividame­nto do I Semestre de 2018. O documento faz a avaliação do desempenho da estratégia de implementa­ção e acompanham­ento do Plano Anual de Endividame­nto (PAE 2018) durante o I semestre, orientada à minimizacã­o dos custos de financiame­nto num horizonte temporal alargado.

O objectivo, segundo o comunicado da reunião, é assegurar a manutenção dos níveis prudentes de risco e promover e dinamizar o mercado de dívida interna titulada e a diversific­ação das fontes de financiame­nto interno e externo.

A reunião apreciou um pacote normativo relativo às normas e regras que visam a mitigação de riscos de ilícitos civis, administra­tivos e criminais associados à contrataçã­o pública.

A legislação delimita a actuação dos intervenie­ntes da contrataçã­o pública, mediante a aplicação de normas sobre a ética na formação e execução dos contratos pelos funcionári­os públicos e agentes administra­tivos que façam parte deste processo, nos termos da Lei dos Contratos Públicos.

 ?? FRANCISCO BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Reunião orientada ontem pelo Presidente da República analisou vários diplomas
FRANCISCO BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO Reunião orientada ontem pelo Presidente da República analisou vários diplomas

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