CARTAS DOS LEITORES
O OGE e as famílias
Está a discutir-se o Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2019 e gostava que se prestasse atenção aos rendimentos das famílias. Há famílias que já não podem suportar o actual custo de vida. Assistimos a um aumento considerável da prostituição, que resulta, em grande medida, da pobreza extrema em que vivem muitas famílias. Há casos de meninas que têm de sustentar as suas famílias, recorrendo à prostituição.
Importa também que haja serviços de assistência social às populações carentes, a fim de se reduzir o sofrimento de muitas famílias. O Estado tem de proteger as pessoas vulneráveis. Que haja verbas para financiar programas de assistência social, destinados a dar a pessoas vulneráveis o que é básico para assegurar a sua sobrevivência. O Estado é uma pessoa de bem e deve estar atento a situações de carência de afecta no nosso país muitos milhares de pessoas. Gostava também que o Orçamento Geral do Estado contemplasse obras de reabilitação das escolas públicas, em particular os estabelecimentos de ensino primário. Há inúmeras escolas públicas sem casas de banho, e esta situação deve ser ultrapassada com urgência.
Será que as escolas privadas têm mais dinheiro que o Estado , ao ponto deste não poder instalar casas de banho nas escolas públicas? É preciso que se saiba alocar bem os recursos financeiros inscritos no OGE. É preciso acabar com despesas com bens supérfluos e que haja maior atenção aos pobres e a projectos que satisfaçam um elevado número de cidadãos. Que se deixe de comprar carros luxuosos, cujos preços podem resolver problemas básicos da população. Será que os governantes se sentem mal se andarem em carros que não impliquem avultados custos? Há países em que governantes e deputados andam em meios de transporte públicos e nem por isso deixam de ser respeitados pelos seus compatriotas. Pelo contrário. É preciso haver a cultura da poupança. Não podemos mais continuar a esbanjar dinheiro , quando temos muitos problemas por resolver.
A desconcentração
Estou ansioso por mudanças no meu bairro, depois que se anunciou que os municípios vão poder gerir verbas para resolver muitos problemas das populações Não consigo perceber que não haja tractores no país para terraplanar umas poucas estradas em mau estado de conservação no meu bairro. Que a desconcentração financeira que aí vem contribua finalmente para que a vida das populações dos municípios melhore. Mas não basta haver desconcentração financeira , para uso autónomo de dinheiros públicos para se fazer esta ou aquela obra. É preciso fiscalizar. A experiência do passado mostrounos que os roubos dos dinheiros públicos aconteceram porque ninguém fiscalizava ninguém. Todo o mundo roubava e nada acontecia aos que cometiam ilícitos. É preciso assegurar que os dinheiros públicos sejam bem gastos . Há ainda gatunos por aí, que não vão desistir de roubar ao Estado. Por isso, muita atenção.
Penso que é preciso rever os critérios de nomeação de pessoas para cargos públicos . Não concordo que pessoas que ontem geriraram mal bens do Estado voltem a ser nonedadas para assumir cargos púbçlicos. Não se deve premiar com mais cargos pessoas que desviaram fundos públicos, em prejuízo de toda a comunidade. A memória de muitos angolanos não é curta . Os cidadãos conhecem os que andaram a roubar e não querem que pessoas desonestas continuem a dirigir instituições do Estado que nunca souberam servir bem.
HERMÍNIA PEDRO Prenda