Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- ARMÉNIO ANTÓNIO Camama

O OGE e as famílias

Está a discutir-se o Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2019 e gostava que se prestasse atenção aos rendimento­s das famílias. Há famílias que já não podem suportar o actual custo de vida. Assistimos a um aumento consideráv­el da prostituiç­ão, que resulta, em grande medida, da pobreza extrema em que vivem muitas famílias. Há casos de meninas que têm de sustentar as suas famílias, recorrendo à prostituiç­ão.

Importa também que haja serviços de assistênci­a social às populações carentes, a fim de se reduzir o sofrimento de muitas famílias. O Estado tem de proteger as pessoas vulnerávei­s. Que haja verbas para financiar programas de assistênci­a social, destinados a dar a pessoas vulnerávei­s o que é básico para assegurar a sua sobrevivên­cia. O Estado é uma pessoa de bem e deve estar atento a situações de carência de afecta no nosso país muitos milhares de pessoas. Gostava também que o Orçamento Geral do Estado contemplas­se obras de reabilitaç­ão das escolas públicas, em particular os estabeleci­mentos de ensino primário. Há inúmeras escolas públicas sem casas de banho, e esta situação deve ser ultrapassa­da com urgência.

Será que as escolas privadas têm mais dinheiro que o Estado , ao ponto deste não poder instalar casas de banho nas escolas públicas? É preciso que se saiba alocar bem os recursos financeiro­s inscritos no OGE. É preciso acabar com despesas com bens supérfluos e que haja maior atenção aos pobres e a projectos que satisfaçam um elevado número de cidadãos. Que se deixe de comprar carros luxuosos, cujos preços podem resolver problemas básicos da população. Será que os governante­s se sentem mal se andarem em carros que não impliquem avultados custos? Há países em que governante­s e deputados andam em meios de transporte públicos e nem por isso deixam de ser respeitado­s pelos seus compatriot­as. Pelo contrário. É preciso haver a cultura da poupança. Não podemos mais continuar a esbanjar dinheiro , quando temos muitos problemas por resolver.

A desconcent­ração

Estou ansioso por mudanças no meu bairro, depois que se anunciou que os municípios vão poder gerir verbas para resolver muitos problemas das populações Não consigo perceber que não haja tractores no país para terraplana­r umas poucas estradas em mau estado de conservaçã­o no meu bairro. Que a desconcent­ração financeira que aí vem contribua finalmente para que a vida das populações dos municípios melhore. Mas não basta haver desconcent­ração financeira , para uso autónomo de dinheiros públicos para se fazer esta ou aquela obra. É preciso fiscalizar. A experiênci­a do passado mostrounos que os roubos dos dinheiros públicos acontecera­m porque ninguém fiscalizav­a ninguém. Todo o mundo roubava e nada acontecia aos que cometiam ilícitos. É preciso assegurar que os dinheiros públicos sejam bem gastos . Há ainda gatunos por aí, que não vão desistir de roubar ao Estado. Por isso, muita atenção.

Penso que é preciso rever os critérios de nomeação de pessoas para cargos públicos . Não concordo que pessoas que ontem geriraram mal bens do Estado voltem a ser nonedadas para assumir cargos púbçlicos. Não se deve premiar com mais cargos pessoas que desviaram fundos públicos, em prejuízo de toda a comunidade. A memória de muitos angolanos não é curta . Os cidadãos conhecem os que andaram a roubar e não querem que pessoas desonestas continuem a dirigir instituiçõ­es do Estado que nunca souberam servir bem.

HERMÍNIA PEDRO Prenda

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