Estado de insegurança ameaça eleições na RDC
As Nações Unidas estão cada vez mais alarmadas com a situação em Beni, na República Democrática do Congo (RDC), cujo estado de insegurança ameaça a própria realização das eleições de 23 de Dezembro.
A representante das Nações Unidas no país, Leila Zerrougui, disse esta semana que estava “mais alarmada com a situação em Beni nos últimos meses, onde continuamos a enfrentar grandes desafios para a implementação do nosso mandato”.
No regresso ao país, depois de ter participado em Nova Iorque na reunião mensal do Conselho de Segurança sobre a RDC, Leila Zerrougui considerou que a violência dos grupos armados nalgumas províncias do país pode afectar a colocação, em segurança, do material eleitoral e pode mesmo impedir que parte da população vote no dia das eleições. Segundo a representante das Nações Unidas, será “muito importante que o Governo tome medidas nas próximas semanas para garantir a segurança das votações, em particular para garantir a participação das mulheres, que representam 50 por cento dos eleitores inscritos”.
Leila Zerrougui lembrou que há vontade de todos em participar nas eleições, mas “a oposição reclama a diminuição do espaço político, incluindo a impossibilidade de realizar reuniões em todo o território e um acesso injusto aos media públicos”.
Para tentar reverter esta situação, as Forças Armadas Congolesas (FARDC) e os capacetes azuis desencadearam uma operação militar conjunta, com bombardeamentos aéreos contra o grupo armado ADF, que actua a norte do território de Beni.
Os ataques decorrem na zona de Mayangose, onde as FARDC têm sido constantemente atacadas pelos rebeldes e estão a ser utilizados helicópteros, disse Bernard Cammins, comandante-adjunto da Força da ONU.