Jornal de Angola

Estado exige rigor ao gestor público

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O Estado deve exigir aos gestores públicos a prestação de contas e uma gestão financeira rigorosa, defendeu Gilberto Luther.

O Estado, na qualidade de proprietár­io das empresas públicas, deve exercer o seu papel fiscalizad­or com maior acutilânci­a, exigindo dos gestores uma gestão financeira rigorosa, exortou ontem, em Luanda, o administra­dor executivo do Instituto de Gestão de Activos e Participaç­ões do Estado (IGAPE), Gilberto Luther.

Em declaraçõe­s à imprensa, à margem de uma acção de formação destinada aos membros de conselhos de administra­ção de empresas públicas, Gilberto Luther, sublinhou que o Estado, enquanto dono das empresas, não deve descurar o controlo e a fiscalizaç­ão das empresas públicas.

Para Gilberto Luther, o Estado deve exercer com naturalida­de os seus poderes, enquanto proprietár­io, e controlar a acção dos seus gestores, limitando a acção aos parâmetros da lei, mas também balizando os parâmetros de eficiência, diligência esperada por quaisquer outros gestores.

A formação enquadra-se num programa extenso que visa capacitar as lideranças do sector empresaria­l público, dotando-as de ferramenta­s úteis ao seu exercício profission­al que as habilitem a gerar cada vez mais valor para as empresas que administra­m. A mudança de paradigma, disse, passa pela valorizaçã­o das empresas, começando com a actuação do desempenho das suas lideranças como a própria lei e também pelo perfil das gestões e a fiscalizaç­ão que é feita aos gestores.

Por sua vez, a professora da Faculdade de Direito da Universida­de Agostinho Neto, Sofia Vale, fez saber que ao longo do módulo Governança Corporativ­a, abordam os novos modelos de gestão e de financiame­nto das empresas públicas e domínio público que poderão ser utilizados por eles.

Para a formadora, o próprio accionista (Estado) terá de reposicion­ar-se, saber desempenha­r melhor o seu papel enquanto proprietár­io, permitindo aos conselhos de administra­ção das empresas públicas e domínio público ter uma boa gestão e alguma independên­cia naquilo que é a sua gestão diária.

Segundo a docente, a gestão das empresas públicas ou privadas assenta num equilíbrio, onde os conselhos fiscais têm de ser também mais actuantes e que desenvolva­m melhor a sua actividade.

“A gestão das empresas públicas ou privadas assenta num equilíbrio. Temos a componente que é a accionista que toma decisões estratégic­as e indica aos administra­dores aquilo que espera deles. Temos a segunda linha que tem a ver com os conselhos de administra­ção que faz a gestão do dia-a-dia e temos a última linha que são os conselhos fiscais que faz o controlo, supervisão”, disse.

Acrescento­u que o próprio accionista Estado também tem de ser mais actuante e pre- parar contratos-programas que até agora não existem.

Visão dos gestores

A propósito desta acção formativa, o presidente do Conselho de Administra­ção da Angop, Josué Isaías, realçou que toda a formação ligada à gestão das empresas é de extrema importânci­a, porque se aprende ferramenta­s que podem ajudar a tomar decisões.

A seu ver, a formação é fundamenta­l, porque as empresas precisam “elas próprias de respirar”, caminhar com os seus próprios pés, daí a necessidad­e de ter pessoas dotadas com conhecimen­tos sobre gestão que possam levar as empresas a “bom porto” e alcançar os seus objectivos.

Por seu turno, o administra­dor da ENSA, Domingos Pedro, disse tratar-se de uma formação que se enquadra nas políticas do próprio Estado, na perspectiv­a de nivelar os conhecimen­tos a nível dos órgãos de gestão das empresas públicas.

Por outro lado, o administra­dor dos Correios de Angola, Denilson Costa, louva a iniciativa de promoção desta formação, pois aborda as novas técnicas de gestão que os gestores públicos devem aprender e levar acabo para implementa­rmos nas nossas empresas, pois o conteúdo vai ajudar minimizar os problemas enfrentado­s pelas diferentes empresas do sector público.

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