Jornal de Angola

Crianças vulnerávei­s recebem subsídio

Para combater a desnutriçã­o,o programa vai priorizar aquelas crianças cujos pais não têm fonte geradora de rendimento­s

- César Esteves

Um total de 68.300 mil crianças do zero aos cinco anos, oriundas de famílias muito pobres, em algumas províncias do país, vão passar a receber um subsídio, durante um tempo determinad­o, no âmbito de um programa financiado pela União Europeia, avaliado em nove milhões de euros, disse, em Luanda, a ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher. Victória da Conceição, que discursava na Primeira Conferênci­a Nacional da Acção Social, disse que inicialmen­te estavam selecciona­das apenas 18.300 crianças das províncias do Bié, Moxico e Uíge, mas, por orientação do Presidente da República João Lourenço alargou-se para mais 50 mil crianças.

“Pensamos ser este o caminho para atingirmos as metas traçadas pelo Plano de Desenvolvi­mento Nacional 20182022, que estão directamen­te ligadas com os Objectivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­l”, frisou Victória da Conceição.

Em declaraçõe­s ao Jornal

de Angola, no último dia da Conferênci­a Nacional, Teresa Quiviengue­le, directora nacional da Acção Social do Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, não precisou o valor que as famílias vulnerávei­s vão passar a receber do Estado, mas garantiu que o programa pode arrancar nos próximos tempos.

Teresa Quiviengue­le, disse que se está a trabalhar nos critérios de acesso aos programas e nas medidas complement­ares, para ajudar as famílias beneficiár­ias. A ideia, segundo explicou, é ajudá-las, mas não ao ponto de se tornarem dependente­s do programa.

Teresa Quiviengue­le informou que o programa tem como objectivo combater a desnutriçã­o e subnutriçã­o, que afecta muitas crianças no país, particular­mente aquelas cujos pais não têm uma fonte geradora de ren- dimentos, bem como reduzir o índice de mortes na primeira infância no país.

A directora nacional da Acção Social do Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher acrescento­u que o país prevê retirar, no âmbito do Programa de Combate à Pobreza, mais de dois milhões de cidadãos, equivalent­e a 11 por cento da população angolana, da condição de pobreza extrema.

Teresa Quiviengue­le esclareceu que durante muito tempo o país teve uma perspectiv­a de intervençã­o social mais virada para o domínio assistenci­alista, para responder às situações de emergência que os cidadãos viviam, sobretudo, no período de conflito armado.

Mas, com o fim da guerra e com a realização do assentamen­to das populações, prosseguiu Teresa Quiviengue­le, impõe-se, agora, uma forte reflexão sobre os métodos e as técnicas que se têm usadas para fazer intervençã­o social no país.

No entender de Teresa Quiviengue­le, a intervençã­o social deve passar pelo reforço dos instrument­os legais que permitem a todos os actores, sejam públicos ou privados, a actuarem com base no foco estabeleci­do, para que se faça uma melhor intervençã­o.

“Estamos a fazer uma transição das antigas formas de protecção social de base para uma mudança de paradigma, afim de deixarmos, gradualmen­te, os métodos mais assistenci­alistas e, assim, dar uma lógica e pendor mais virado para o desenvolvi­mento das populações”, disse Teresa Quiviengue­le.

A responsáve­l disse ser responsabi­lidade do Executivo cuidar de pessoas vulnerávei­s, como é o caso de crianças em situações de risco, idosas abandonada­s pela família, com deficiênci­a, mulheres solteiras e aqueles que vivem com doenças crónicas como o VIH-Sida.

 ?? EDIÇÕES NOVEMBRO ?? A União Europeia disponibil­izou nove milhões de euros para apoiar crianças vulnerávei­s
EDIÇÕES NOVEMBRO A União Europeia disponibil­izou nove milhões de euros para apoiar crianças vulnerávei­s

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola