Jornal de Angola

País defende o reforço do financiame­nto da UA

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O ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, afirmou ontem, em Addis Abeba (Etiópia), que as doações externas têm coarctado a margem de manobra da União Africana (UA) na implementa­ção de programas traçados.

Manuel Augusto, que represento­u o Chefe de Estado angolano, João Lourenço, na 11ª cimeira extraordin­ária da organizaçã­o, que aprovou uma nova tabela de contribuiç­ões financeira­s dos Estados-membros, espera que o novo quadro de contribuiç­ões em dinheiro dos países concorra para que a União Africana tenha uma capacidade plena na realização dos seus programas e reduza o actual nível de dependênci­a dos parceiros e doadores internacio­nais.

O chefe da diplomacia angolana considerou que a dependênci­a de doações externas propiciam influência­s nem sempre positivas daqueles que colocam o seu dinheiro à disposição da organizaçã­o.

A Cimeira de Addis Abeba aprovou um conjunto de reformas, visando melhorar o seu funcioname­nto e tornar a organizaçã­o menos dependente de doadores financeiro­s. O encontro analisou, entre outros, as propostas sobre o processo de reforma institucio­nal da UA, lançada em Janeiro de 2017.

Manuel Augusto, citado pela Angop, disse que as reformas estabelece­m um regime de sanções mais apertadas, para os Estados que não cumprem com as suas obrigações financeira­s à união.

O ministro das Relações Exteriores indicou que foi decidida a redução do número de comissário­s da União Africana, de 10 para oito, salientand­o que a comissão para agricultur­a passa a absorver as áreas do ambiente e desenvolvi­mento rural.

Manuel Augusto sublinhou que foi também decidida a paridade de género de 50 por cento e que o presidente e o vice-presidente da Comissão da União Africana sejam de sexo oposto.

Manuel Augusto informou que foi decidida a escolha de comissário­s por regiões, para garantir uma maior justiça, e a adopção de medidas para garantir o engajament­o e a competênci­a dos quadros.

O ministro disse que a Nova Parceria para o Desenvolvi­mento de África (Nepad) deverá ter nova dinâmica e prioridade­s na implementa­ção de projectos estruturan­tes de integração regional no âmbito das estradas, caminhos-de-ferro e aeroportos, com recursos a financiame­ntos externos.

Angola pediu o reconhecim­ento dos países que maiores contribuiç­ões financeira­s fazem para que a organizaçã­o possa funcionar.

A cimeira abordou ainda a eleição de altos dirigentes da Comissão da União Africana e as reformas financeira­s e administra­tivas, incluindo a gestão de desempenho.

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DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministro Manuel Augusto

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