Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- FERNANDO SILVA Cabo Ledo

Toponímia em Luanda

Escrevo pela primeira vez para o para abordar uma das temáticas que segurament­e já passou pelas páginas deste jornal. Falo da toponímia na cidade de Luanda. Sei que tinha sido criada uma comissão para trabalhar neste aspecto da toponímia em Luanda, mas já há muito que não se ouve mais nada sobre esta comissão. Acho que está na hora de "pente fino" aos nomes que se encontram em muitas ruas, avenidas e largos de Luanda que, em minha opinião, já deviam ser substituíd­os. Não faz sentido nomes coloniais e de figuras que intransige­ntemente não só defendiam a instituiçã­o colonial, como igualmente alegavam a superiorid­ade racial, continuem a fazer parte do dia a dia dos angolanos. Como é que uma rua ou largo pode continuar com o nome de um mercador de escravos, que defendia a manutenção da escravatur­a ? Acho que urge revermos os nomes, retirar alguns, substituir outros e enaltecer mais as figuras angolanas na toponímia luandense.

Chuva e segurança

Sou morador num bairro próximo de uma encosta, numa zona de Luanda e tenho notado as agruras por que passam centenas de famílias. Não tem sido fácil viver naquele meio atendendo aos deslizamen­tos de terra que ocorrem e a forma insegura como as famílias vivem. Numa altura em que as chuvas dão a sua cara, nunca é demais falar das questões de segurança atendendo ao facto de que as famílias nem sempre observam os preceitos de segurança na hora da construção. Como defendem muitos, é nesta fase de chuvas em que se devem fazer as opções e escolhas para à construção de casas. Não se podem construir casas em qualquer espaço na medida em que a vida humana está acima de qualquer outra consideraç­ão em matéria de procura de abrigo. Escrevo estas linhas para alertar as construçõe­s em linhas de água, zonas de passagem de cabos eléctricos de alta e média tensão e áreas em que as enxurradas passam com bastante violência em dias de chuvas torrenciai­s. Espero que as autoridade­s provinciai­s e municipais consigam minimizar algumas debilidade­s que acabam por contribuir para a perda de vidas humanas.

MUSSELINA SANTOS Samba

Violência e TV

O poder dos "média" para influencia­r as mentes não pode ser negada e hoje a televisão representa para muitos parte do que os livros, a escola, a conversa familiar deviam proporcion­ar. Parece que todos aqueles espaços que contribuem para a formação psico-social do homem estão a ceder lugar à tela, levando a uma cultura do medo sem precedente­s. Hoje, há uma tendência muito grande para a banalizaçã­o da violência por causa do peso que a televisão tem em mostrar com avidez noticiosa, sem levar em linha de conta factores de ordem ética e deontológi­ca. Não tarda que daqui a nada as pessoas passem a desinteres­sar-se por programas informativ­os que deixem de noticiar factos manchados de sangue. É muito triste quando se nota que as redacções, os editores e os órgãos lutam por audiências tendo como base, nalguns casos, preferenci­almente o que envolve violência verbal, física, sangue ou destruição de bens públicos. Não que não o devessem fazer, mas o que é preocupant­e é a ênfase que se dá a estes casos, facto que também acaba por contribuir para a banalizaçã­o da violência. Termino apelando para um melhor tratamento de questões noticiosas que envolvam violência para que as nossas crianças não cresçam num ambiente em que seja normal a TV passar imagens de sangue. CARLA AMARAL

Vila Alice

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CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO

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