Angola e Portugal elevam cooperação
Elevar a cooperação comercial e económica entre Angola e Portugal a níveis tão “excelentes” quanto a política e fazer com que este intercâmbio tenha impacto na vida da população dos dois países é o principal propósito da visita oficial que o Presidente João Lourenço inicia hoje em Lisboa. O Presidente da República chegou ao final da tarde de ontem à capital portuguesa, a convite do homólogo Marcelo Rebelo de Sousa, e segue amanhã para a cidade do Porto, onde vai participar na Conferência sob o tema “Angola: que mudança”. O evento deve congregardezenas de empresários dos dois países. Admite-se que as propostas portuguesas para o programa da conferência foram feitas a pensar na vontade angolana de diversificar a economia.
Dos 200 milhões de euros de dívida certificada de Angola a Portugal, metade já está paga e o restante deve ser liquidado até final do ano. De acordo com o ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, existe um cronograma que está a ser cumprido.
O governante afirmou, igualmente, que, ao longo do trabalho técnico efectuado, constatou-se que algumas empresas portuguesas também têm dívidas com o fisco em Angola, uma questão que também está a ser revista, mas sem embaraçar ainda mais os empresários. Manuel Augusto sublinhou que o objectivo das autoridades angolanas é facilitar cada vez mais os investimentos, através da melhoria do ambiente de negócios e não o contrário.
“Estamos a honrar com os compromissos assumidos e vamos aproveitar a visita para estabelecer novas regras, adaptadas àquilo que o futuro nos obriga”, disse Manuel Augusto. Reconheceu o gesto do Estado português ao elevar a linha de crédito para empresas portuguesas que investem em Angola de mil milhões para 1.500 milhões de euros.
“Vamos agora apresentar projectos para beneficiar destas linhas”, disse.
Dados do ano passado indicam que 400 empresas portuguesas operam em Angola e têm um investimento directo de 4 mil milhões de euros aplicados no país. Além disso, há quase seis mil empresas que exportam para Angola. No ano passado, venderam bens no valor de 1.789 milhões de euros.