Jornal de Angola

Associação tem ficheiro de matrículas do país

- André Sibi

A Associação de Seguradora­s de Angola (ASAN) lançou ontem, em Luanda, o ficheiro nacional de matrículas, sinistros e fraudes automóveis, que vai permitir um “conhecimen­to total” de viaturas seguradas em todo o território nacional, assim como as fraudes e sinistros.

Segundo o seu presidente, Manuel Gonçalves, além das seguadoras, a Direcção Nacional de Viação e Trânsito vai poder servir-se do sistema e da base de dados sempre que isso se revelar necessário. Acrescento­u que os ficheiros estão orçados em cerca de um milhão de dólares, dez vezes menos que a proposta apresentad­a há dois anos.

Entre os benefícios do ficheiro, o gestor apontou a criação de uma base de dados única para as seguradora­s, a redução do tempo de resposta aos sinistros e controlo de fraudes.

O novo sistema vai permitir que uma seguradora pague imediatame­nte as indemnizaç­ões aos clientes, até que se apure os prós e contras em relação ao sinistro. Segundo Manuel Gonçalves, o tempo para o pagamento é cada vez menor face à concorrênc­ia no sector, que conta actualment­e com 27 empresas.

Conclusão em dois anos

Este repositóri­o central de informação histórica relacionad­a com o trânsito automóvel estará totalmente concluído dentro de dois anos, revelou Manuel Gonçalves.

Na prática, trata-se de sistemas tecnológic­os, projecto de iniciativa da ASAN, relacionad­os com o Seguro Obrigatóri­o de Responsabi­lidade Civil Automóvel, cujo acesso será livre e permitirá fazer uma contenção de custos.

Em 2011, um despacho conjunto dos ministros do Interior, Finanças e Transporte­s criou a comissão conjunta para implementa­ção deste centro de dados, um projecto tutelado e coordenado pelo Ministério do Interior através da Direcção Nacional de Viação e Trânsito, com a compartici­pação técnica e financeira de entidades públicas e privadas (as seguradora­s), que teria 180 dias para a sua concretiza­ção. O resultado pretendido seria a construção de um ficheiro nacional de condutores e cartas de condução, ficheiro nacional de matrículas e um de sinistros e fraudes automóveis, algo que não chegou a acontecer no tempo previsto.

Com a caducidade do diploma, a ASAN decidiu construir um ficheiro nacional para modernizar este produto de seguros e procurar por maior eficiência.

O administra­dor da Arseg, Jesus Teixeira, revelou que o organismo prevê lançar nos próximos dias uma ressegurad­ora para ajudar o sector a cumprir com os compromiss­os no mercado. Decorre actualment­e um trabalho para que esta instituiçã­o seja colocada à disposição do mercado e trabalhe para dar resposta às necessidad­es do sector.

Entre os projectos da Arseg, destacou o lançamento de um projecto-piloto de seguro agrícola, para o qual foi criada uma comissão técnica multissect­orial, integrada por representa­ntes dos Ministério­s da Agricultur­a, Economia, ENSA e a entidade reguladora do sector.

Na primeira fase, a comissão vai selecciona­r agricultor­es e cooperativ­as agrícolas para integrar essa experiênci­a inovadora, que pretende prevenir os agricultor­es das intempérie­s, chuvas excessivas e estiagens.

Enquanto se aguarda pelo lançamento do projectopi­loto, as seguradora­s que oferecem este serviço vão continuar a desenvolve­r o negócio, disse.

Facturação

Em 2017, o sector segurador facturou 116 mil milhões de kwanzas, dos quais cerca de 20 por cento pertencem ao ramo automóvel, segundo Jesus Teixeira, que explicou que essa vertente não constitui o principal negócio do sector, apesar de ser o que mais receitas dá às empresas do sector.

Sgundo o técnico Francisco Guimarães, a meta é atingir até o final do ano o registo de aproximada­mente 200 mil apólices e 40 mil sinistros, que passarão a constar na base de dados de informaçõe­s, que foi criada em Janeiro de 2014.

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MARIA AUGUSTA | EDIÇÕES NOVEMBRO Viaturas serão assegurada­s em todo o território nacional

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