Associação tem ficheiro de matrículas do país
A Associação de Seguradoras de Angola (ASAN) lançou ontem, em Luanda, o ficheiro nacional de matrículas, sinistros e fraudes automóveis, que vai permitir um “conhecimento total” de viaturas seguradas em todo o território nacional, assim como as fraudes e sinistros.
Segundo o seu presidente, Manuel Gonçalves, além das seguadoras, a Direcção Nacional de Viação e Trânsito vai poder servir-se do sistema e da base de dados sempre que isso se revelar necessário. Acrescentou que os ficheiros estão orçados em cerca de um milhão de dólares, dez vezes menos que a proposta apresentada há dois anos.
Entre os benefícios do ficheiro, o gestor apontou a criação de uma base de dados única para as seguradoras, a redução do tempo de resposta aos sinistros e controlo de fraudes.
O novo sistema vai permitir que uma seguradora pague imediatamente as indemnizações aos clientes, até que se apure os prós e contras em relação ao sinistro. Segundo Manuel Gonçalves, o tempo para o pagamento é cada vez menor face à concorrência no sector, que conta actualmente com 27 empresas.
Conclusão em dois anos
Este repositório central de informação histórica relacionada com o trânsito automóvel estará totalmente concluído dentro de dois anos, revelou Manuel Gonçalves.
Na prática, trata-se de sistemas tecnológicos, projecto de iniciativa da ASAN, relacionados com o Seguro Obrigatório de Responsabilidade Civil Automóvel, cujo acesso será livre e permitirá fazer uma contenção de custos.
Em 2011, um despacho conjunto dos ministros do Interior, Finanças e Transportes criou a comissão conjunta para implementação deste centro de dados, um projecto tutelado e coordenado pelo Ministério do Interior através da Direcção Nacional de Viação e Trânsito, com a comparticipação técnica e financeira de entidades públicas e privadas (as seguradoras), que teria 180 dias para a sua concretização. O resultado pretendido seria a construção de um ficheiro nacional de condutores e cartas de condução, ficheiro nacional de matrículas e um de sinistros e fraudes automóveis, algo que não chegou a acontecer no tempo previsto.
Com a caducidade do diploma, a ASAN decidiu construir um ficheiro nacional para modernizar este produto de seguros e procurar por maior eficiência.
O administrador da Arseg, Jesus Teixeira, revelou que o organismo prevê lançar nos próximos dias uma resseguradora para ajudar o sector a cumprir com os compromissos no mercado. Decorre actualmente um trabalho para que esta instituição seja colocada à disposição do mercado e trabalhe para dar resposta às necessidades do sector.
Entre os projectos da Arseg, destacou o lançamento de um projecto-piloto de seguro agrícola, para o qual foi criada uma comissão técnica multissectorial, integrada por representantes dos Ministérios da Agricultura, Economia, ENSA e a entidade reguladora do sector.
Na primeira fase, a comissão vai seleccionar agricultores e cooperativas agrícolas para integrar essa experiência inovadora, que pretende prevenir os agricultores das intempéries, chuvas excessivas e estiagens.
Enquanto se aguarda pelo lançamento do projectopiloto, as seguradoras que oferecem este serviço vão continuar a desenvolver o negócio, disse.
Facturação
Em 2017, o sector segurador facturou 116 mil milhões de kwanzas, dos quais cerca de 20 por cento pertencem ao ramo automóvel, segundo Jesus Teixeira, que explicou que essa vertente não constitui o principal negócio do sector, apesar de ser o que mais receitas dá às empresas do sector.
Sgundo o técnico Francisco Guimarães, a meta é atingir até o final do ano o registo de aproximadamente 200 mil apólices e 40 mil sinistros, que passarão a constar na base de dados de informações, que foi criada em Janeiro de 2014.