Exército mata rebeldes em operações no nordeste
As Forças Armadas nigerianas prosseguem o combate sem tréguas contra a ameaça rebelde, tendo desenvolvido na região nordeste do país, no Estado de Kaduna, dos mais afectados pela insegurança, uma série de operações que causaram várias baixas ao inimigo. N
No decorrer de várias acções realizadas nos últimos dias a norte do Estado de Kaduna, no nordeste do país, o Exército nigeriano anunciou ter morto 14 rebeldes.
Um porta-voz militar informou que nestas operações foram detidas dezenas de pessoas e apreendidas armas sofisticadas, munições e gado, além de libertar 31 pessoas: 18 crianças e 13 adultos.
Também no nordeste do país, em Maiduguri, o Exército diz que nove agricultores morreram e 12 sequestrados por elementos do Boko Haram perto de um campo de refugiados.
“Encontrámos nove corpos depois do ataque”, disse Muhammad Mammanti, chefe da aldeia, à AFP, acrescentando que os atacantes sequestraram 12 pessoas, incluindo mulheres. Três pessoas que não quiseram segui-los foram feridas à catanada.
Nessa região, os rebeldes atacam frequentemente os agricultores para roubar alimentos e sequestrá-los, muitos deles forçados a juntarem-se-lhes.
Mais de 27 mil pessoas foram mortas desde o início do conflito em 2009 e 1,8 milhões continuam deslocadas no nordeste.
A tensão entre as autoridades nigerianas e a comu- nidade religiosa xiita voltou a subir, após o anúncio de que 400 membros desta escola de pensamento islâmico haviam sido detidos.
De acordo com as agências internacionais de notícias, a polícia dispersou ontem com disparos uma manifestação pública de xiitas, seis dos quais acabaram por ser atingidos mortalmente, contra a detenção de um dos líderes do Movimento Islâmico da Nigéria (IMN), o cheikh Zakzaky, encarcerado há três anos acusado de incitar à violência.
Os porta-vozes da Polícia acusaram os manifestantes de serem portadores de armas perigosas e de bombas incendiárias de fabrico caseiro. Estes incidentes são os mais violentos desde finais de 2015, quando o exército matou 348 fiéis xiitas na cidade de Zaria.
A situação é de tal forma grave, que o próprio Presidente Mahammadu Buhari reconheceu ontem, em Abuja, que o seu país enfrenta graves problemas em matéria de segurança.
Esta declaração do Chefe de Estado nigeriano foi feita após ter recebido um relatório do Instituto Nacional dos Estudos Políticos e Estratégicos, no qual são referidas as dificuldades que o país vive.
Buhari, em declarações à imprensa, reconheceu que tudo o que foi explanado no documento “está correcto” apontando factores internos e externos como responsáveis por essa situação.
Um dos principais factores prende-se com a presença do grupo terrorista Boko Haram no noroeste, o conflito interno entre agricultores e pastores, a crise separatista no sudoeste e a militância extremista no sul.
O Presidente nigeriano considera que o seu Governo está consciente da necessidade de alterar-se estratégias de actuação militar, sobretudo o fortalecimento das fronteiras e as garantias de protecção aos cidadãos e aos seus bens.
Muhammadu Buhari garantiu que irá “estudar a fundo” cada um dos problemas e as recomendações referidas no relatório, não só em relação à segurança das vidas e os bens do povo, como também sobre a soberania e a integridade territorial do país.
Buhari diz que o Governo está consciente da necessidade de alterar estratégias de actuação militar, sobretudo o controlo das fronteiras