Mónica de Miranda expõe “Panorama” na capital do país
Após quatro anos de trabalho, a artista plástica Mónica de Miranda inaugurou na noite de quarta-feira, na Galeria do Banco Económico, em Luanda, a sua primeira exposição individual em Angola intitulada “Panorama”.
A mostra de arte, que fica patente ate o dia 25 de Janeiro, reúne um conjunto de 36 obras, entre fotografias, vídeos, instalação e algumas ilustrações inéditas.
Segundo a artista, a mostra multimédia aborda temáticas relacionadas com as geografias afectivas, poéticas e os processos de construção da identidade luandense.
Mónica de Miranda explicou que a exposição marca o retorno à paisagem urbana luandense e a outras cujos resquícios, do passado colonial e não só, estão materializados no espaço arquitectónico, como os edifícios abandonados, reaproveitados, engolidos pela natureza ou transformados pelos processos de gentrificação, que servem de testemunha da história recente do país.
“O título ‘Panorama’ remete imediatamente ao icónico hotel situado na ilha de Luanda, é de onde os hóspedes tinham uma visão panorâmica da Baía de Luanda e do oceano Atlântico, que hoje está desactivado e relegado ao abandono”, disse a artista.
Paula Nascimento, curadora da exposição, disse que a mostra explora os conceitos urbanos da cidade de Luanda, do passado e do presente, e as peças abordam traços da memória da história e da diáspora angolana.
Mónica Miranda vive e trabalha entre Lisboa e Luanda. A artista investigadora baseia o seu trabalho em temas de arqueologia urbana e geografias pessoais.
Licenciada em Artes Visuais pela Camberwell College of Art, (Londres, 1998), Mónica é fundadora do projecto residências artísticas Triangle Network em Portugal e fundou, em 2014, o projecto Hangar - Centro de Investigação Artística, em Lisboa. Em 2016, foi nomeada para o prémio no Banco Photo, expondo como uma das finalistas do Museu Colecção Berardo (Lisboa, Portugal). A escritora Kanguimbo Ananaz considerou, ontem, em Luanda, António Panguila como “um homem de múltiplos talentos”, razão pelo qual defendeu a necessidade da divulgação da sua obra nos ciclos académicos e literários.
No último adeus ao escritor e poeta António Panguila, falecido sábado, vítima de doença, no Cemitério do Benfica, em Luanda, Kanguimbo Ananaz, em representação da União dos Escritores Angolanos (UEA), onde o falecido era membro desde 1995, recordou com nostalgia e choros a figura do poeta, como homem de carácter e trato fácil.
A escritora lamentou profundamente a sua morte, por deixar um vazio na classe artística angolana, principalmente na literária. “Perdemos um amigo e companheiro que sempre procurou transmitir o seu conhecimento, principalmente à juventude angolana”, lembrou a escritora.
António Panguila, afirmou a escritora, esteve sempre disposto a transmitir os seus conhecimentos, como um mestre e que o seu legado dificilmente ficará no esquecimento pelos valores culturais transmitidos nos seus trabalhos. “Panguila foi uma das maior figuras da literatura angolana após a independência”, lamentou Kanguimbo Ananaz. O Ministério da Cultura mostrou-se consternado com a morte de António Panguila. Na nota de condolências endereçada à família refere que foi com profundos sentimentos de pesar que tomou conhecimento da morte prematura do escritor e poeta.
Considera que o artista deixa um legado, motivo pelo qual o colectivo de trabalhadores do ministério curvase perante a sua memória. Na nota assinada pelo Secretário de Estado João Constantino, o Ministério da Cultura lembrou que António Panguila foi o primeiro vencedor do Prémio Literário Cidade de Luanda, (género poesia), por ocasião das comemorações do 420º aniversário da cidade capital em 1996.
Em nome das poetisas nacionais, Amélia da Lomba fez um breve resumo bibliográfico da vida e obra de António Panguila, tendo referido que o escritor sempre foi defensor da realização de várias tertúlias no sentido de se continuar a valorizar as artes, particularmente, a literatura.