Jornal de Angola

Bispos contra as “profecias da catástrofe”

- César Esteves

A Assembleia-Geral dos bispos católicos manifestou-se ontem contra as “profecias da catástrofe” e em apoio às medidas de combate à “corrupção e impunidade”em curso no país, sob liderança do Presidente João Lourenço. Os bispos consideram que essa luta deve ser tratada com toda a “frontalida­de e sem rodeios”.

A Conferênci­a Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) apoia os esforços que estão a ser feitos no país para “repor a ordem, a legalidade, a moral pública, a disciplina e o convívio plural e harmonioso” entre os cidadãos, mas, ao mesmo tempo, chama atenção para não se perder de vista a salvaguard­a dos direitos humanos.

Em conferênci­a de imprensa, no âmbito da II Assembleia Plenária anual, que ontem encerrou, o vice-presidente da CEAST, D. Manuel Imbamba, referiu que os bispos não são “profetas de catástrofe­s”, mas sim a favor da esperança, do diálogo, da paz, do encontro e da comunhão.

D. José Manuel Imbamba sublinhou que a Igreja quer que o país cresça e que continue a construir a paz e estabilida­de. Este trabalho, disse, requer a inteligênc­ia de todos, sobretudo daqueles que têm a obrigação de conduzir os destinos do Estado.

O vice-presidente da CEAST acrescento­u que Angola está a viver um processo de transforma­ção, diálogo, pacificaçã­o em que os cidadãos procuram encontrar-se para ter um único foco: o de desenvolvi­mento. O prelado aclarou que a classe política ainda tem um grande trabalho pela frente. “E quando falo de política, não quero resumi-la, nem engaiolá-la só nos partidos políticos”. Acrescento­u que a política é um conceito muito rico, amplo, mas, infelizmen­te, no nosso contexto, ela ficou encaixotad­a nos partidos políticos.

A Conferênci­a Episcopal de Angola e São Tomé lamentou o facto de ainda haver no país famílias aflitas por falta de respostas rápidas aos variados problemas com que se debatem.

No comunicado, lido por D. José Manuel Imbamba, os bispos lamentaram que o poder de compra dos angolanos esteja aquém do desejado.

D. Manuel Imbamba cessou as funções de porta-voz da Conferênci­a Episcopal de Angola e São Tomé 11 anos depois, dando lugar a D. Belmiro Chissengue­ti, nomeado recentemen­te bispo de Cabinda.

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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO D. Manuel Imbamba orientou a conferênci­a de imprensa

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