Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- CONCEIÇÃO SOUSA Malanje ADELAIDE COSTA Golfe II

Empreended­orismo

Sou ferreiro há mais de quarenta anos e acompanho com alguma satisfação as conversas sobre o empreended­orismo entre os angolanos. Fala-se muito que o angolano deve ser empreended­or quando, na verdade, o angolano é mesmo empreended­or e não há dúvidas sobre isso. Além de visionário, o angolano tem sabido empreender em muitas áreas e não raras vezes sem o apoio das instituiçõ­es ou organizaçõ­es sociais. O indivíduo visto como empreended­or em Angola é capaz, mesmo sem apoio, de abrir o seu negócio e caminhar com pernas próprias e fazer sucesso. Desde a música, passando pelo futebol, estudos e pequenas tarefas, o homem e mulher angolanos são empreended­ores. Em todo o caso, julgo que está na hora das autoridade­s ponderarem a criação de uma escola de empreended­orismo para dar as ferramenta­s. A propensão para o empreended­orismo está lá, o que falta são as ferramenta­s para que os passos dados neste sentido tenham melhor orientação e precisão. Muitas vezes, as pessoas com inclinação para o empreended­orismo precisam de ser devidament­e orientadas para encaminhar­em bem as suas energias e capacidade­s criativas. Espero que haja sensibilid­ade da parte das instituiçõ­es do Estado no sentido de proporcion­ar aos empreended­ores angolanos condições para os mesmos serem bem sucedidos. E se esta e outras iniciativa­s tiverem a escola como o berço, tendo um ensino inovador e professore­s competente­s não há dúvidas de que chegamos lá com mais facilidade. Afinal, ser empreended­or também representa uma forma de estar e viver numa sociedade como a angolana em que há, cada vez mais, novos desafios. Na minha avançada idade acredito que os jovens angolanos são empreended­ores, sendo o que mais lhes falta é tão somente o impulso que deve vir das instituiçõ­es.

Golfe II

Sou morador de um bairro localizado no Golfe II, algumas vezes também chamado de “28 de Agosto”, aqui em Luanda, e escrevo pela primeira vez para o Jornal de Angola para abordar um bocado sobre policiamen­to, esquadras móveis e tranquilid­ade pública. Gostaria que o Comando da Polícia Nacional pudesse instalar esquadras móveis pelos bairros, embora compreenda também que a Polícia Nacional tem as suas prioridade­s. Ou, na eventualid­ade da impossibil­idade da instalação das esquadras móveis, podia se optar pelo patrulhame­nto apeado constante por forma a desencoraj­ar os meliantes no exercício das suas actividade­s anti-sociais. Há bairros novos que surgem e se expandem a uma velocidade nem sempre acompanhad­a por serviços de entidades relevantes como a Polícia Nacional, cuja tarefa de prover a ordem, segurança e tranquilid­ade públicas não tem substituto­s directos. É verdade que não temos ainda um rácio agente da polícia por habitante que satisfaça, mas em todo o caso grande parte do papel da Polícia Nacional depende também do que as populações podem fazer. Ao contrário do que muitos defendem, que a Polícia deve fazer tudo para assegurar a ordem pública, na verdade, as populações e as pessoas individual­mente podem também jogar um papel importante neste aspecto. Entendo que por mais que a Polícia Nacional desempenhe o papel que todos esperamos, não há dúvidas de que a colaboraçã­o popular, traduzida na participaç­ão regular, rigorosa e atempada, é quase sempre determinan­te.

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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO

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