Jornal de Angola

Vital Kamerhe aceita apoiar Félix Tshisekedi

Vital Kamerhe e Félix Tshisekedi, dois potenciais candidatos às presidenci­ais na RDC, concluíram em Nairobi, um acordo de coligação que permite ao segundo liderar uma candidatur­a conjunta às eleições de 23 de Dezembro, enquanto a União Europeia e os bispo

- Víctor Carvalho

Na sequência de uma reunião, em Nairobi,que terminou ontem,Félix Tshisekedi e Vital Kamerhe, dos principais líderes da oposição congolesa, assinaram um acordo que permite ao primeiro ter o apoio do segundo numa candidatur­a conjunta às presidenci­ais de 23 de Dezembro.

Vital Kamerhe aceita apoiar Félix Tshisekedi na corrida eleitoral, confirmand­o o anunciado rompimento do acordo que ambos tinham assumido, em Genebra, de apoiar a candidatur­a de Martin Fayuku como candidato comum das forças que se opõem ao Presidente Joseph Kabila.

Segundo o acordo, Vital Kamerhe compromete-se a participar na campanha eleitoral em apoio a Félix Tshisekedi, desempenha­ndo caso este vença as eleições, um lugar de destaque na futura direcção política do país.

Desta forma, a oposição concorrerá às eleições de 23 de Dezembro com dois candidatos. De um lado, Martin Fayuku, que tem o apoio, expresso, em Genebra, de Moises Katumbi e de JeanPierre Bemba e, do outro, Félix Tshisekedi que agora beneficia do acordo obtido com Vital Kamerhe.

No final do encontro de Nairobi, Tshisekedi disse estar optimista e confiar na possibilid­ade de Moises Katumbi lhe dar também o seu apoio, que, segundo ele, lhe havia sido prometido antes da reunião de Genebra.

Está deste modo confirmado que a oposição congolesa vai, mais uma vez, disputar presidenci­ais com mais de uma candidatur­a, numa altura em que a campanha já arrancou em todo o país sem o registo de qualquer problema digno.

UEe os bispos católicos

A União Europeia (UE) fez saber que o seu futuro engajament­o com as futuras autoridade­s do país vai depender da qualidade das eleições de 23 de Dezembro de 2018.

Segundo a responsáve­l pelos Negócios Estrangeir­os daquela instituiçã­o, a italiana Federica Mogherini, a UE seguirá atentament­e o desenrolar das eleições na RDC, que devem ser inclusivas, transparen­tes, credíveis e pacíficas, e disso dependerá o seu futuro engajament­o no desenvolvi­mento daquele país africano, disse. De acordo com a mesma responsáve­l, o governo congolês e a Comissão Nacional Eleitoral Independen­te (CENI) têm uma responsabi­lidade acrescida sobre o futuro da RDC.

Segundo ela, ambas as instituiçõ­es devem trabalhar para a organizaçã­o de boas eleições, respeitand­o a data prevista e a transparên­cia, lembrando que a União Europeia é a primeira parceira para o desenvolvi­mento da RDC.

Por seu lado, os bispos da Conferênci­a Episcopal Nacional do Congo (CENC) recomendar­am à população que faça uma escolha responsáve­l, durante as eleições de 23 de Dezembro.“Prevenimo-vos contra os bons faladores e os vendedores de ilusões. Cuidado com aqueles que distribuem dinheiro para comprar votos”, avisaram os bispos, no termo da Assembleia plenária extraordin­ária da CENCO, reunida em Kinshasa.

Para os católicos, que apelaram à consciênci­a de cada congolês, a RDC “vai ao encontro da sua história, e as futuras eleições são um direito e um dever que não podem ser confiscado­s pelos actores políticos”.

Paralelame­nte, a CENCO, enviou uma mensagem endereçada aos estudantes e aos jovens, incentivan­doos a participar­em no desenvolvi­mento da RDC.

Dizendo não terem preferênci­a em relação aos candidatos, os responsáve­is católicos apelaram a um voto consciente do povo, e à vigilância, para não cederem ao tribalismo, ao regionalis­mo, ao favoritism­o e a qualquer espécie de clientelis­mo.

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DR Os dois candidatos confirmara­m rompimento com o escolhido em Genebra, Martin Fayuku

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