Presidente da República regressa hoje a Angola
A visita do Presidente da República a Portugal terminou. João Lourenço regressa hoje a Luanda. Foram três dias de trabalho político e diplomático, em Lisboa e no Porto, onde o aguardavam mais de 800 homens de negócios ávidos por ouvir do próprio Chefe de Estado as garantias para investir em Angola, não mais para vender produtos.
Mais de 350 jornalistas, entre angolanos, portugueses e de outros países europeus, acompanharam a visita de João Lourenço, a primeira de um Chefe de Estado angolano há 10 anos. De Angola, chegaram quase 50. São profissionais do Jornal de Angola, Televisão Pública de Angola, Rádio Nacional de Angola, TV Zimbo, Angop, Rádio Mais, Jornal O País e Rádio MFM. Tudo num esforço conjunto para repercutir, com o devido impacto, a mensagem das autoridades angolanas e portuguesas.
Os profissionais viajaram com uma missão especial: através das palavras dos protagonistas mostrar ao mundo que estão ultrapassados os "irritantes" e que é hora de avançar com acções concretas que tenham impacto na vida das populações dos dois países. O início de um novo ciclo na vida das pessoas, dos Estados e dos povos, que encerra um intervalo longo demais nas visitas recíprocas de um Chefe de Estado, como frisou o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa. Afinal, como garantiu o próprio Presidente angolano, os irmãos querem-se bem; os irmãos devem visitar-se.
Para a história fica outro registo: João Lourenço foi o 18º Chefe de Estado e de Governo a discursar na Assembleia da República Portuguesa e o primeiro nos últimos dois anos, desde o Rei Filipe VI, em 2016. É também o primeiro Chefe de Estado angolano a fazer uma intervenção naquele lugar, para os deputados, os representantes do povo português. Para um futuro que os dois povos devem construir juntos.
Em três dias, João Lourenço lançou as pontes de mútuos benefícios e mostrou, com discursos, visitas e intervenções e até em resposta a perguntas de jornalistas que, entre Portugal e Angola, inicia um novo ciclo, com um “novo protagonista enquanto pessoa e mensagem política em representação do povo angolano”.
Como vincou o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, a governação dos povos tem presente a marca dos governantes. Afinal, os políticos servem os Estados para servirem os povos.
A expectativa dos povos angolanos e portugueses que já votaram várias vezes quererem que estejamos juntos. Que votam todos os dias ao viajarem, ao fixarem-se, ao trabalharem, ao investirem, ao criarem riqueza, ao vibrarem com alegrias e tristeza, ao abraçarem-se como ao ralharem-se, ao sentirem na mesma língua da escrita e na mesma língua do coração.
Luís Fernandes, que trabalhou durante 34 anos como electricista no Aeroporto de Lisboa e conhece bem os angolanos (apesar de nunca ir a Angola), resume a expectativa dos portugueses: “que continuemos a nos dar bem uns com os outros e a partir de agora melhor ainda”. Aos 71 anos, o taxista não descarta uma primeira deslocação a Luanda, porque "está a gostar da transição" e da nova mensagem. Trata-se, de certo, de um novo tempo para os dois Estados, uma nova esperança para os dois povos, como vincou o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa.