Jornal de Angola

Cerca de 1500 moradores regulariza­m Imposto Predial

Em 15 meses, a Administra­ção Geral Tributária arrecadou cerca de 180 milhões de kwanzas com as cobranças do Imposto Predial Urbano na Centralida­de do Kilamba

- André dos Anjos

Pelo menos 1.500 dos mais de 6.000 ocupantes de imóveis na Centralida­de do Kilamba notificado­s, nos últimos meses, pela Administra­ção Geral Tributária (AGT) para o pagamento do Imposto Predial Urbano (UPU) já procuraram a instituiçã­o, uns para efectuar a liquidação e outros para apresentar os comprovati­vos da regulariza­ção da situação fiscal.

A informação foi prestada ao Jornal de Angola pelo técnico tributário Bráulio Edmur Guilherme de Assis, que acompanha o processo.

A Administra­ção Geral Tributária (AGT) desenvolve na centralida­de, desde Agosto do ano passado, uma operação destinada a identifica­r casos de fuga ao pagamento do IPU e sensibiliz­ar os moradores para a necessidad­e de cumprirem a obrigação fiscal.

Designada “Operação Kilamba”, a campanha é conduzida por uma equipa constituíd­a por 60 técnicos da AGT e 30 efectivos da Polícia Fiscal que, até ao princípio deste mês, emitiram 6.144 notificaçõ­es a igual número de ocupantes de imóveis para regulariza­ção do IPU.

Sobre os 1.912 apartament­os fechados identifica­dos pela AGT, cujos proprietár­ios não residem neles, por razões desconheci­das, Bráulio Edmur Guilherme de Assis informou que a situação verifica-se mais nos edifícios com apartament­os T5.

Na maior parte destes edifícios, prosseguiu, dos 52 apartament­os existentes em cada um deles, em média, 20 estão fechados.

Desde o início da operação, a AGT arrecadou cerca de 180 milhões de kwanzas, disse Bráulio Edmur Guilherme de Assis, para acrescenta­r que o valor do IPU varia entre dez mil e 65 mil kwanzas, com base na tipologia do imóvel.

O técnico tributário explicou que, depois da notificaçã­o, o contribuin­te tem 15 dias para o exercício do direito de audição prévia, podendo escrever ou deslocar-se à repartição, com o contratopr­omessa de compra e venda, para se aferir com exactidão o valor da dívida.

Embora estejam em cobrança impostos referentes aos exercícios de 2013 a 2017, ressaltou, as obrigações do contribuin­te contam apenas a partir da altura do recebiment­o do imóvel. “Sabendose que a entrega dos imóveis foi faseada, cada caso é analisado isoladamen­te, com base nos dados constantes no contrato de cada um”.

Nas situações em que, por alguma razão, o contribuin­te não concorda com o valor da notificaçã­o, dispõe dos mesmos 15 dias para reclamar por escrito. Os que têm a situação fiscal regulariza­da e que, por altura da visita dos técnicos da AGT não se encontrava­m em casa, também devem comparecer para apresentar os comprovati­vos de pagamento, recomendou.

Ultrapassa­dos os prazos de pagamento voluntário, avisou, o contribuin­te que não tiver honrado as suas obrigações fiscais sujeita-se à cobrança coerciva, que pode culminar com um processo de penhora.

O importante para a AGT, sublinhou o técnico tributário, é a comparênci­a do contribuin­te notificado. Nos casos em que não tenha disponibil­idade para pagar o IPU na totalidade, existe a possibilid­ade de fazê-lo em prestações, de 6 a 18 fracções.

Os contribuin­tes que respondam às notificaçõ­es dentro do prazo estabeleci­do, de acordo com o técnico tributário, podem beneficiar de uma redução de 30 por cento da multa.

Incidência do imposto

O IPU incide sobre o rendimento do prédio urbano, quando este está arrendado, e sobre o valor patrimonia­l dos prédios urbanos, quando não se encontram naquela condição. O primeiro caso é devido pelo titular ou beneficiár­io das rendas e o segundo pelo proprietár­io, usufrutuár­io ou beneficiár­io do direito de superfície (detentor).

O Imposto Predial Urbano é entregue pelo contribuin­te que procedeu à sua liquidação na Repartição Fiscal competente, até ao dia 30 do mês seguinte ao da retenção. Quando não há lugar a retenção na fonte, o pagamento é efectuado em Janeiro, numa prestação única, ou em duas prestações, nos meses de Janeiro e Julho.

A AGT desenvolve na centralida­de desde Agosto do ano passado, uma operação destinada a identifica­r casos de fuga ao pagamento do Imposto Predial Urbano

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PAULO MULAZA Campanha de sensibiliz­ação desperta consciênci­a do dever em milhares de contribuin­tes

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