Jornal de Angola

Demora na concessão de vistos

Manuel Augusto garante que os dois países criaram mecanismos para a facilitaçã­o da concessão de vistos, com realce para a solicitaçã­o via online, que carece ainda de mais divulgação

- Estanislau Costa| Lisboa

A burocracia na concessão de vistos, nos serviços consulares da Embaixada portuguesa em Angola, está a causar descontent­amento a cidadãos que se queixam de demora na tramitação dos processos.

Alguns cidadãos manifestar­am descontent­amento por haver ainda uma certa burocracia na concessão de vistos na Embaixada portuguesa em Angola, com demoras na tramitação dos processos, realização de entrevista­s, entre outros, facto que embaraça, em muitos casos, a vida dos utentes. “Quando nos dirigimos aos Consulados ou Embaixada, confrontam­onos com longas filas para fazer a entrevista ou obter o visto”, disseram alguns cidapara dãos entrevista­dos pelo Jornal de Angola.

A dona Maria Josefina, hospedada em Braga, há seis dias, para constatar o desempenho do filho que frequenta o 3º Ano do Curso de Direito, explicou que “teve de passar três noites nos arredores do Consulado de Portugal em Benguela até obter o visto”.

Carlos Andrade, que padece de uma infecção renal, que lhe obriga a fazer o controlo com alguma regularida­de num dos hospitais do Porto, contou que quando chega a fase de ir às consultas, tem de sair do Soyo, onde vive, para se instalar num quarto arrendado próximo da Embaixada de Portugal.

O ministro das Relações Exteriores de Angola, Manuel Augusto, ao falar sobre o facto na conferênci­a de imprensa, no hotel Ritz, em Lisboa, apelou aos cidadãos portuguese­s e angolanos a deixar as antigas práticas.

O hábito de solicitar o visto à última hora, disse, em muitos casos não funciona, principalm­ente nos períodos de pico em que muita gente quer viajar. “Todos, por exemplo, querem viajar no Natal e pedem o visto no dia 24. Isto humanament­e é impossível”.

Manuel Augusto aconselhou aos viajantes a solicitar o visto com muita antecedênc­ia, de modo a evitar eventuais embaraços. “Criámos vários mecanismos para a facilitaçã­o da concessão de vistos, com realce para a solicitaçã­o via online”, disse, exortar a maior divulgação desta via, de modo a que os cidadãos dos dois países saibam e a utilizem sempre que quiserem.

Carlos Andrade vive no Soyo, província do Zaire, e para obter o visto instala-se num quarto arrendado próximo da embaixada de Portugal em Luanda

O ministro das Relações Exteriores explicou que Angola tem com Portugal acordos para que os vistos até mesmo ordinários sejam de longa duração, como por exemplo, de seis meses a um ou três anos. “Estamos a trabalhar para que isso seja uma prática constante e que todos usufruam condigname­nte”.

O ministro das Relações Exteriores fez parte da delegação do Presidente da República, João Lourenço, que efectuou uma visita de Estado a Portugal, entre os dias 22 a 24 deste mês. Além de encontros com figuras de Estado e homens de negócios, o Presidente da Repúbçica reuniu-se com a comunidade angolana em Portugal.

 ?? KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Ministro das Relações Exteriores aconselha cidadãos a solicitare­m os vistos com muita antecedênc­ia, para evitar transtorno­s
KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministro das Relações Exteriores aconselha cidadãos a solicitare­m os vistos com muita antecedênc­ia, para evitar transtorno­s
 ?? KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Já há mecanismos criados para facilitar a concessão de vistos
KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Já há mecanismos criados para facilitar a concessão de vistos

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola