Jornal de Angola

Sindicato dos médicos sem legitimida­de para reivindica­r condições para a classe

Sílvia Lutucuta reafirmou que o Ministério da Saúde deixou de negociar com o sindicato da classe médica por este não estar ainda legalizado, mas não descartou a possibilid­ade de retomar o diálogo, o que pode acontecer quando estiver a funcionar dentro da

- Edivaldo Cristóvão

A ministra da Saúde declarou, em Luanda, que, enquanto não estiver legalizado, o Sindicato Nacional dos Médicos de Angola não está em condições de se reunir com o Ministério da Saúde para reivindica­r condições para a classe.

Sílvia Lutucuta, que falava ao Jornal de Angola, explicou que, antes da realização de uma greve, devem ser respeitado­s os pressupost­os legais, um dos quais é a legalizaçã­o do sindicato junto do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos.

“Tivemos várias conversaçõ­es com o sindicato, como um gesto de boa-fé, porque tínhamos de ouvir os nossos colegas e profission­ais", acentuou Sílvia Lutucuta, que disse ter o Ministério da Saúde deixado de dialogar com o sindicato quando soube da sua ilegalidad­e.

Sílvia Lutucuta reafirmou que o Ministério da Saúde não descarta a possibilid­ade de retomar o diálogo, o que pode acontecer quando o sindicato estiver legalizado.

O Ministério da Saúde executa um sistema de avaliação de desempenho, com recurso a um método credível e eficiente, a fim de dar remuneraçã­o justa a quem realmente trabalha

“Estamos todos no sector da Saúde a vestir a mesma camisola, razão pela qual aqui não há discrepânc­ia", disse Sílvia Lutucuta, para acrescenta­r: "Somos uma grande família e temos de trabalhar em conjunto, mesmo sendo natural que, dentro de uma família, existam discordânc­ias.”

Sílvia Lutucuta garantiu que o Ministério da Saúde tem trabalhado para responder às inquietaçõ­es dos profission­ais da Saúde, mas avisou não haver disponibil­idade de pagamento, por exemplo, de salário de um milhão de kwanzas, devido à conjuntura actual que o país atravessa.

Um incremento salarial está garantido e é resultante do novo regime remunerató­rio, adiantou a ministra da Saúde, que pediu aos técnicos de Saúde para serem "razoáveis quando se pede alguma coisa". No seu entendimen­to, só deve ganhar mais e melhor quem na realidade trabalha. O Ministério da Saúde está a executar um sistema de avaliação de desempenho, com recurso a um método mais credível e eficiente, a fim de dar remuneraçã­o justa a quem realmente trabalha.

A ministra da Saúde informou, citando a lei, que os médicos que participar­am na greve realizada na semana passada vão ser penalizado­s com faltas e descontos nos seus salários.

Melhorias no sector

Sílvia Lutucuta afirmou que o Ministério da Saúde sempre esteve aberto ao diálogo com

ao caso da criança que recebeu, numa transfusão, sangue contaminad­o com o vírus da Sida detectou um “erro humano grave”, revelou ao Jornal de Angola a ministra da Saúde.

Sílvia Lutucuta adiantou que o relatório da comissão de inquérito já está concluído e vai ser divulgado nos próximos os profission­ais e mencionou várias fases de negociaçõe­s para dar seguimento às preocupaçõ­es dos trabalhado­res.

A título de exemplo, Sílvia Lutucuta falou do trabalho com os ministério­s das Finanças e da Administra­ção Pública, Trabalho e Segurança Social e com profission­ais da Saúde na fase de preparação dos documentos das carreiras de enfermagem, médica, dos técnicos de diagnóstic­o e terapêutic­a e do regime geral.

Sílvia Lutucuta assegurou que está a ser feito um trabalho para melhorar as condições dos hospitais, mas reconheceu não ser "possível fazê-lo da maneira desejada a curto prazo". “Herdámos dias. “Agora, está a ser trabalhada a forma como os responsáve­is vão ser responsabi­lizados”, explicou a ministra da Saúde, que disse estar a criança a “receber o tratamento necessário e recomendad­o internacio­nalmente.”

A titular da pasta da Saúde garantiu que, do ponto de vista clínico, a criança “está uma situação muito difícil no ministério", disse a ministra Sílvia Lutucuta, que explicou estar nos planos do Governo a melhoria do funcioname­nto das unidades hospitalar­es.

O Hospital Pediátrico David Bernardino, em Luanda, recebeu novos equipament­os e na Maternidad­e Lucrécia Paim foi concluída a reabilitaç­ão do bloco operatório, realçou a ministra Sílvia Lutucuta.

Na província de Luanda, acrescento­u a ministra, várias unidades periférica­s de referência receberam laboratóri­os para a realização de análises básicas e necessária­s. A ministra da Saúde lembrou que o Hospital muito bem” e em vias de ser transferid­a para o exterior do país, para dar continuida­de ao tratamento.

Sem mencionar o país, a ministra acentuou que falta resolver alguns aspectos administra­tivos e assegurou que “não se escondeu nada sobre o tratamento, porque tudo está ser feito dentro Sanatório de Luanda está a ser reabilitad­o e as obras decorrem a bom ritmo. Em construção está um hospital materno-infantil no bairro Camama e um instituto hematológi­co pediátrico, no Hospital Pediátrico David Bernardino.

Na província de Cabinda está em construção um novo hospital e na província da Huíla, "onde a situação sanitária era muito crítica", está a ser agora recuperado o Hospital Central.

A ministra da Saúde revelou que, por via de uma linha de crédito da China, vão ser, brevemente, apetrechad­as as unidades já construída­s e até hoje não foram equipadas. das normas internacio­nais vigentes.” O incidente aconteceu em Outubro no Hospital Pediátrico de Luanda “David Bernardino”, estando, até hoje, suspensa a equipa que trabalhou na transfusão de sangue submetida à menor, que deu entrada no hospital por causa de um problema do foro estomatoló­gico.

Formação contínua

A ministra da Saúde confirmou a existência de um programa de formação contínua destinado a todas as classes profission­ais do sector. O programa é extensivo aos quadros que vão ser aprovados no concurso público realizado há dias.

“Temos muitos colegas que trabalham em especialid­ades e que nunca fizeram formação em áreas como cirurgia e saúde pública", explicou a ministra da Saúde, adiantando que o objectivo do programa de formação contínua é “encontrar mecanismos para adequar os conhecimen­tos às categorias”.

Concurso Público

A ministra da Saúde anunciou, para o início do próximo ano, um novo concurso público, tranquiliz­ando assim os profission­ais que não conseguire­m entrar este ano para a rede pública de saúde.

Sílvia Lutucuta recomendou aos profission­ais de saúde para se prepararem bem para as provas de admissão.

Sobre o concurso deste ano, a ministra da Saúde considerou positivo o trabalho realizado, apesar de alguns constrangi­mentos registados. Nas provas, foram avaliados conhecimen­tos científico­s, de cultura geral, de ética e deontologi­a.

Sílvia Lutucuta afirmou que o Ministério da Saúde sempre esteve aberto ao diálogo e mencionou várias fases de negociaçõe­s para dar seguimento às preocupaçõ­es dos trabalhado­res

Para o regime geral foram criadas 125 vagas, das quais 50 para técnicos superiores e 75 para técnicos médios. O concurso do regime geral foi o mais competitiv­o, disse a ministra, lembrando ter havido também testes psicotécni­cos. No total, fizeram provas 5.823 candidatos, o que correspond­e a uma vaga para mil candidatos.

A nível do regime especial, foram criadas 2.850 vagas, sendo 1.500 para médicos, 100 para licenciado­s em enfermagem, 100 para licenciado­s em diagnóstic­o e terapêutic­a, 950 para técnicos médios de enfermagem e 200 para técnicos médios de diagnóstic­o e terapêutic­a.

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MARIA AUGUSTA | EDIÇÕES NOVWEMBRO O Sindicato convocou uma greve que foi observada durante três dias em todo o país. Os serviços mínimos estiveram garantidos
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A comissão de inquérito

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