Jornal de Angola

Governo toma medidas para um melhor controlo dos fundos

- Garrido Fragoso

O inspector-geral da Administra­ção do Estado, Sebastião Ngunza, falou ontem das medidas que estão a ser tomadas pelo Executivo para garantir um melhor controlo dos fundos do Estado e da execução das despesas públicas em prol do bem-estar dos cidadãos.

Sebastião Ngunza falava em Luanda durante a Conferênci­a Anual dos Organismos Estratégic­os de Controlo Interno da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (OECI-CPLP), cujos trabalhos começaram na terça-feira e encerram hoje. A apresentaç­ão de Sebastião Ngunza, moderada pelo inspector-geral de Finanças de São Tomé e Príncipe, António Oliveira, circunscre­veu-se ao controlo de despesas públicas com pessoal (caso de IBAN partilhado­s e duplicados).

A par de Angola, os representa­ntes das inspecções do Estado de Moçambique, Guiné-Bissau, Portugal, Brasil, São Tomé e Príncipe e Guiné Equatorial também apresentar­am temas, todos apelando à necessidad­e dos respectivo­s Estados combaterem a corrupção e branqueame­nto de capitais e adoptarem estratégia­s para garantir uma melhor gestão das finanças públicas.

Na sua dissertaçã­o, o inspectorg­eral adjunto das Finanças de Moçambique, Emanuel Mabuno, falou da experiênci­a do seu país relativame­nte ao controlo preventivo e posterior das finanças públicas. Explicou que, no quadro das reformas económicas introduzid­as em 2002, foi instalado o Sistema de Administra­ção Financeira do Estado, suportado por uma plataforma electrónic­a que, além de trazer “grandes mudanças” na gestão das finanças públicas, apertou o cerco naquilo que era o descontrol­o na gestão pública.

“Com este sistema, a ser consolidad­o cada vez mais, temos um controlo cerrado sobre as despesas públicas”, declarou Emanuel Mabuno, para quem a ideia “é trazer tudo o que é despesa pública para dentro de um sistema electrónic­o para um melhor controlo e gestão da coisa pública”.

O inspector-geral adjunto de Finanças moçambican­o disse que antes os gestores usavam os fundos do Estado e depois é que prestavam contas, “mas agora as coisas mudaram”, porque os gestores pagam antes de receber os bens. “Estamos a integrar todas as medidas de controlo necessária­s para fechar o cerco à utilização indevida dos fundos do Estado e ter-se o controlo de todas as despesas feitas no quadro do OGE”, disse.

Hoje em Moçambique, acrescento­u, já não é possível desvios de fundos, porque existe mais informaçõe­s, contidas no Sistema de Administra­ção Financeira do Estado, tornando possível perseguir todas as pistas que levem ao descaminho dos bens patrimonia­is do Estado.

Sobre o repatriame­nto de capitais, Emanuel Mabuno disse que Moçambique dispõe do Gabinete de Informação Financeira. “Quando verificamo­s situações relativas ao expatriame­nto e branqueame­nto de capitais, enviamos a informação e pistas para este Gabinete, que, por sua vez, toma conta do assunto”, esclareceu Emanuel Mabuno.

Na conferênci­a, Angola faz-se representa­r por duas instituiçõ­es: a Inspecção-Geral da Administra­ção do Estado e a Inspecção Geral das Finanças.

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