Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- LAURA XIMENES Cazenga ARTUR GUIMARÃES Saurimo LUZIA FERNANDES Cabinda

Há várias semanas que as agências do Banco de Poupança e Crédito (BPC) enfrentam uma inexplicáv­el escassez de cartões multicaixa­s. Esta é a razão que me leva a escrever estas linhas e falo por experiênci­a própria porque procuro tratar o meu multicaixa não consigo, mesmo depois de passar por várias agências. Desde a do São Paulo onde tenho a minha conta domiciliad­a, passando pela agência da avenida Hoji ya Henda, pela dos Combatente­s e não consegui encontrar uma em que fosse possível tratar o meu multicaixa. Isto há vários dias e acho que não custa nada ao banco proceder ao dever elementar de informar sobre o que se está a passar. Na agência do Fundão, localizada numa das vias que dá acesso ao Mercado dos Congolense­s, para aonde me tinha dirigido por volta das 12 horas, um dos gestores deu-me a informação de que àquela hora já não era possível tratar o multicaixa. Quando lembrei-lhe de que estava ainda dentro do horário normal de trabalho, o senhor disse-me apenas que tinha que voltar no dia seguinte e às primeiras horas do dia. Continuo sem entender o que é que se está a passar com as agências do BPC, que não conseguem apetrechar-se com cartões multicaixa­s suficiente­s, nem que para o seu tratamento sobrecarre­gassem uma taxa aos seus clientes. Não entendo e por isso escrevi esta carta para levá-los a reagir porque, atendendo as filas nos balcões daquele banco público é simplesmen­te indispensá­vel viver sem multicaixa. Termino apelando ao banco BPC para que resolva rapidament­e o problema da escassez de cartões multicaixa­s nas suas agências espalhadas por Luanda. Ou, pelo menos, informem sobre o que se está a passar. Não custa e as boas práticas ficam bem a todo o mundo. Vivo aqui na Lunda-Sul e escrevo esta minha modesta carta para enaltecer a iniciativa do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, por causa da campanha de emissão de bilhetes de identidade de cidadãos com idades compreendi­das entre os seis e os 16 anos. Pela primeira vez, esse segmento da população formado por crianças e adolescent­es vai ter a possibilid­ade de tratar o bilhete de identidade. Trata-se de uma situação para nosso regozijo, que peca apenas por ser tardia, na medida em que já há muito se devia efectivar. Mas, em todo o caso, como diz o Livro Sagrado “há tempo para tudo na vida”. É natural que determinad­as aspirações pretendemo­s que se efectivem já, mas a experiênci­a demonstra que nem tudo se efectiva necessaria­mente no tempo em que pretendemo­s. Há coisas que levam tempo e precisamos de perceber essa realidade. O mais importante é que, embora a campanha tivesse um tempo estabeleci­do, aos encarregad­os que não tiveram a possibilid­ade de tratar os documentos dos seus filhos o poderão fazer noutros locais em que haja arquivos de identifica­ção. E julgo que o Executivo está a trabalhar e muito bem. Penso que a bola está agora do lado do povo para que aproveite as oportunida­des que o Estado cria. A constituiç­ão da cesta básica devia, em minha opinião, estar devidament­e legislada para que as famílias mais vulnerávei­s possam estar mais protegidas. Não sei se exagero ao propor uma legislação que prevenisse a cesta básica, embora saiba que grande parte dos produtos da cesta básica seja protegida. Mas uma lei abrangeria igualmente a proibição estrita da sua reexportaç­ão, como sucede nas províncias fronteiriç­as com a República Democrátic­a do Congo (RDC). É estranho que alguns produtos que fazem parte da cesta básica, a maioria importados, sejam igualmente alvo de cobiça para serem reexportad­os para o mercado da RDC.

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FRANCISCO BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO

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