Aumentam os casos de gravidez precoce
Mais de 15 casos de gravidez precoce são atendidos diariamente na Maternidade Provincial de Malanje. A revelação é do psicólogo Sirilo Mendes, que dissertava durante uma palestra sobre causas e consequências da gravidez precoce em adolescentes, que marcou a abertura dos 16 dias de activismo contra a violência doméstica.
Sirilo Mendes precisou que o fenómeno não afecta apenas as adolescentes, mas, também, a família e a sociedade em geral, devido ao aumento substancial de casos.
O orador apontou como causas do aumento de casos a desestruturação familiar, a violência doméstica, os relacionamentos forçados por influência de familiares, entre outros.
Sirilo Mendes acrescentou que muitos casos de gravidez precoce ocorrem por falta de prevenção, que pode ser feita a partir do ambiente familiar, nas escolas e igrejas. O prelector frisou que o problema não acarreta apenas consequências de natureza psicológica, mas, também, de natureza social, em função da falta de capacidade financeira para o sustento da adolescente e do bebé.
Sirilo Mendes revelou que alguns casos graves terminam em depressão e suicídios, por falta de acompanhamento dos progenitores e da família. Ao intervir no acto de abertura da campanha dos 16 dias de activismo contra a violência doméstica, o vicegovernador para o Sector Político, Social e Económico, Domingos Eduardo, disse que a mesma é realizada desde 1997 e que, este ano, decorre sob o lema “Desafiemos as barreiras do silêncio e denunciemos as acções de violência”.
“Esta campanha decorre pelo facto de Angola fazer parte de um conjunto de legislações internacionais que contribuem para a preservação dos direitos humanos", disse o governante, que realçou que o combate às diversas formas de violação contra a mulher constitui um dos desafios do mundo contemporâneo, tendo exortado as mulheres e homens a não estarem indiferentes e que, para tal, urge a necessidade de conjugação de esforços a diferentes níveis.
O vice-governador de Malanje para o Sector Político, Económico e Social referiu ainda que os crimes de violência contra as mulheres não podem ser tolerados e merecerem denúncias, para que sejam responsabilizados de forma exemplar os infractores.
Sublinhou que a violência doméstica tem consequências desastrosas na família e na sociedade, tendo em conta que várias são as mulheres vítimas de agressões físicas, humilhadas e mortas pelos próprios maridos, provocando traumas aos seus ente-queridos e deixando um vazio no seio familiar.
Afirmou que muitas mulheres têm tido dificuldades em denunciar os agressores, com receio de represália, mas, como acrescentou, este comportamento pode acabar em tragédia.