Jornal de Angola

Ansiedade quase traiu o 1º de Agosto no regresso

Militares foram obrigados a redobrar a entrega na disputa dos lances para anular a surpresa protagoniz­ada pelo desconheci­do AS Otohô

- Honorato Silva

Às cegas, por falta de informação do adversário, ainda no período de defeso, o 1º de Agosto foi obrigado a correr o dobro, para evitar o tombo estrondoso diante do AS Otohô do Congo Brazzavill­e, a tempo de reduzir o impacto da surpresa, com a vitória por 4-2, ontem, no Estádio Nacional 11 de Novembro. Entretidos na troca da bola na defesa, sem profundida­de para levar o jogo ao terço defensivo dos visitantes, os militares do Rio Seco deram 25 minutos de avanço a um opositor que não escondeu o respeito pelo histórico recente do embaixador angolano, mas não rejeitou as facilidade­s concedidas. Posicionad­os em 1.4.3.3, com apenas Show no tampão defensivo, nas costas de Buá e Mongo, os volantes lançados por Dragan Jovic, ainda privado dos préstimos do criativo Ibukun, o médio fantasista nigeriano, que nos últimos anos tem feito luz no meio campo, os rubro negros eram superados com facilidade. Nos corredores, Ary Papel parecia um corpo estranho na equipa, sem capacidade de dar profundida­de ao jogo, enquanto Geraldo, escondido no flanco direito, deixa saudades do “abre latas” que tem “descomplic­ado” as acções ofensivas dos tri-campeões do Girabola. Como consequênc­ia, Mabululu ficou desamparad­o entre os defesas do Otohô. Para agravar o cenário de apatia colectiva, a defesa, o sector mais eficiente do 1º de Agosto, deu sinais de inseguranç­a. Bobó e Dani Masunguna, os patrões do corredor central, perdiam e erravam a abordagem dos lances, sobretudo por apostarem na marcação à zona. Cabwey Kivutuka foi o primeiro a violar a baliza de Tony Cabaça, enquanto Mandala Konte deixou os adeptos agostinos em estado de choque, ao colocar o resultado em 0-2. A habitual imagem de tranquilid­ade de Jovic, contrastav­a com a preocupaçã­o instalada nas bancadas. Teve de ser Mongo a pegar na equipa e puxá-la para frente. O médio ofensivo conseguiu contagiar os colegas, que não demoraram a recusar a resignação, diante do quadro pintado como antítese da boa campanha assinada na edição passada na prova continenta­l, sob a batuta do sérvio Zoran Maki, cujo apogeu foi a presença nas meias-finais.

OgolodeMon­go,nasequênci­a da desatenção dos congoleses, levou o grupo a segurar o jogo, ao ponto de restabelec­er a igualdade ainda antes do intervalo, por intermédio de Geraldo, na transforma­ção de uma grande penalidade.

Aperto no balneário

Um a um, os jogadores foram repreendid­os pelo treinador, que levou o discurso preparado ao balneário, depois de ouvir durante alguns minutos os adjuntos, no banco de suplentes. A primeira mudança foi a saída de Guelor, para entrada de Mingo Bile, com Isaac a ocupar a lateral esquerda, quando antes jogou no lado direito.

Sempre distante do registo normal, Geraldo suscitava questionam­entos quanto à continuida­de em campo. Resposta que não tardou a chegar, porque o médio inventou uma jogada em diagonal interior, tabelou com Mabululu, recebeu na área e colocou a equipa pela primeira vez em vantagem.

Já com ascendente no controlo das acções do jogo, o 1º de Agosto subiu as linhas e intensific­ou a pressão junto da área do AS Otohô. Mas o golo que deu alguma tranquilid­ade, em relação ao desafio da segunda “mão”, na próxima quarta-feira, chegou apenas no fim, por Jacques, que saltou do banco.

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Avançado Jacques marcou o golo que deu tranquilid­ade aos militares do Rio Seco

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