Candidatos da oposição recebidos em festa na capital
Depois de ser alvo de manifestações de contestação convocadas pelo partido dos Lutadores pela Independência Económica, o ministro sul-africano das Empresas Estatais, Pravin Gordhan, apresentou queixa na Polícia contra o líder dessa formação, Julius Malema
A meses da realização de eleições gerais, a África do Sul continua a ser cenário de perturbações políticas, desta feita com o ministro das Empresas Estatais, Pravin Gordhan, a apresentar queixa,na Polícia, contra Julius Malema, líder do partido Lutadores pela Independência Económica, que já foi o principal responsável pela juventude do ANC, foi ontem anunciado em Pretória.
A queixa, entregue esta semana na esquadra da região de Brooklyn, em Pretória, baseada numa suposta difamação e “incitamento à violência”, surge após membros do partido de Julius Malema terem realizado manifestações, na semana passada, defronte da sede da Comissão Zondo, que investiga os casos de corrupção na África do Sul que envolvem o antigo Presidente Jacob Zuma.
Estas manifestações foram realizadas na mesma altura em que Pravin Gordhan apresentava as suas declarações sobre aquelas ilegalidades, em particular as q ue se reflectem nas empresas estatais.
Os apoiantes de Malema acusaram, na altura, Gordhan de ser mentiroso e um dos dirigentes que permitiram o acesso de empresas privadas ao sector público para enriquecerem.No domingo à noite, o Presidente Cyril Ramaphosa defendeu as declarações do ministro Gordhan perante a comissão de investigação, acusando todos aqueles que as criticam de estarem envolvidos e beneficiarem dos males que afectaram o país.
ANC solidário
Dirigentes do Congresso Nacional Africano (ANC) condenaram também os integrantes do partido de Julius Malema que caluniaram Pravin Gordhan.
O porta-voz do ANC, Zizi Kodwa, criticou em declarações à imprensa o partido Lutadores para a Independência Económica por atacar o ministro das Empresas Públicas, por ter dado o seu testemunho a este grupo de investigadores encabeçado por Raymond Zondo, vicepresidente do Tribunal Constitucional da África do Sul.
Nem tudo no seio do ANC é pacífico em relação aos efeitos e ao trabalho que está a ser desenvolvido pela comissão. Vários militantes do ANC em diversas províncias fizeram circular nas redes sociais informações que desacreditam o trabalho da comissão que foi criada para identificar os participantes em actos de corrupção durante o Governo de Jacob Zuma, que implicam órgãos governamentais, como as empresas estatais, e os vínculos estabelecidos por estes funcionários com companhias privadas que se beneficiaram com a obtenção de contratos multimilionários.
Paralelamente a este problema, a Polícia sul-africana continua o seu combate à imigração e ao tráfico ilegal que afecta a economia do país e que tem sido um factor de desestabilização social.
Recentemente, a Polícia interpelou 98 imigrantes ilegais e apreendeu cerveja clandestinamente importada e que pretendia entrar no país num camião contendo 800 grades, 46 litros de suco e 36 quilos de biscoitos.
O porta-voz da Polícia do Limpopo, o coronel Moatshe Ngoepe, disse que os imigrantes foram interpelados durante uma operação realizada conjuntamente com os serviços de segurança, mas não divulgou a nacionalidade dos mesmos. A operação incluiu oficiais da Polícia, responsáveis da repressão das fraudes e soldados.
Esta mesma força multidisciplinar também visitou o posto de controlo de Beitbridge, na fronteira com o Zimbabwe, por onde frequentemente é feito o contrabando de vários tipos de produtos. A Polícia disse estar em estado de alerta permanente durante o período das festividades, para impor a lei.