Censo agro-pecuário arrancou em Luanda
AgroPecuário e Pescas (RAPP) 2018-2019 arrancou ontem, em Luanda, para ajudar o Governo a obter dados actualizados e a definir as novas políticas de actuação nestes dois sectores.
O director do Instituto Nacional de Estatística (INE), Camilo Ceita, que discursou no lançamento, considerou o RAPP uma operação “estatística exaustiva”, diferente do Censo Populacional, dada a especificidade no que concerne ao número de unidades agropecuárias e a sua disposição geográfica, tipo de propriedade, uso e aproveitamento da terra, posse e uso de meios de produção e tecnologia empregue.
“O RAPP é um dos recenseamentos mais complicados de se fazer, sobretudo para um país com uma extensão territorial como o nosso e questões como quantas cabeças de gado o país tem, a nossa capacidade de gestão de culturas e a dimensão de terras aráveis: estas e outras questões fazem parte do questionário que teremos de fazer nos próximos 12 meses”, declarou.
Camilo Ceita explicou que o RAPP vai incidir também em outros aspectos como características sociodemográficas de cada região (identificadas no seio dos agregados familiares) das explorações, agrícolas, pecuárias, agropecuárias ou piscatórias, acesso aos insumos, recursos humanos, maquinaria, posse e uso de terra, irrigação, culturas anuais e permanentes, efectivo pecuário e acesso aos serviços veterinários.
O programa do RAPP prevê consultas públicas em várias regiões do país. Ontem, foi realizado um encontro com as direcções nacionais e provinciais da Agricultura e Pescas, associações empresariais, sociedade civil, engenheiros agrónomos e investigadores científicos da região norte que compreende as províncias de Luanda, Uíge, Cabinda, Zaire, Bengo e Cuanza-Norte.
De 16 a 18 do próximo mês, as consultas são feitas em duas regiões em simultâneo, Centro-Sul e Leste. A ideia, segundo Camilo Ceita, é recolher contribuições destas instituições para o reforço do programa do RAPP. O INE prevê apresentar os dados do RAPP no último trimestre de 2019.
O RAPP 2018-2019 foi aprovado pelo Decreto Presidencial nº 189/18, de 7 de Agosto, que estabelece as normas para a sua realização, e o Decreto nº 194/18, de 20 de Agosto.
No projecto está envolvido o INE, ministérios da Agricultura e Florestas e das Pescas e do Mar, bem como o Fundo das Nações Unidas para a Alimentação (FAO).