Líder rebelde abatido na região de Mpoti
As tropas francesas estacionadas no Mali anunciaram ontem a morte de um dos principais líderes rebeldes num raide na região de Mpoti, no qual foram abatidos mais 30 seguidores, numa altura em que continua a instabilidade militar em vastas zonas do país
Em mais uma ofensiva contra as posições dos rebeldes do Mali, desencadeada pelas tropas francesas estacionadas no país, com o apoio do Exército governamental, foi anunciada a morte de Amadou Koufa, dos principais líderes terroristas.
Segundo um comunicado do Exército maliano, a morte de Amadou Koufa ocorreu na região de Mpoti numa operação na qual morreram outros 30 rebeldes.
Considerado um clérico radical membro da Jamaat Nusrat al-Islam wal-Muslimin, Amadou Koufa foi responsável por frequentes ataques que o grupo efectuou no interior do Mali e no vizinho Burkina Faso, provocando a morte a centenas de pessoas em ambos os países.
O ataque das tropas francesas tinha por principal objectivo destruir uma base do grupo jihadista controlada por Koufa e na qual também estavam algumas pessoas raptadas, que conseguiram ser resgatadas.
Enquanto isso, na sequência de outras ofensivas com o objectivo de repor a legalidade, as autoridades malianas anunciaram que cerca de 1.500 combatentes rebeldes, a maioria tuaregues, depuseram voluntariamente as armas em Timbuktu, Gao e Kidal, no norte do país.
“A acção foi verificada no terreno. Estamos a tentar remover as eventuais armadilhas”, assegurou o presidente da Comissão Nacional de Ajuda aos Deslocados, Zahabi Ould Sidi Mohamed. A informação foi posteriormente confirmada por Mohamed El Maouloud Ramadane, um dos líderes da Coordenação dos Movimentos de Azawad (CMA), que reúne antigos grupos de maioria tuaregue.
“Apesar das dificuldades, há esperança real de paz. Estou em Timbuktu e posso garantir-vos que entre nós e os movimentos armados perto de Bamako (os grupos pró-governamentais) existe um ambiente amistoso. Antes corríamos para fazer a guerra, agora corremos para trazer a paz”, acrescentou Ramadane.
“O desarmamento envolve 34 mil combatentes”, indicou Zahabi Sidi Ould Mohamed, no início da operação, a 6 de Novembro. Vítimas de explosivos As autoridades malianas anunciaram que o rebentamento de engenhos explosivos matou ou feriu 192 civis no Mali, entre Janeiro e Outubro de 2018, sendo 43 por cento dos incidentes registados este ano nas regiões de Mopti e Ségou, contra 22 por cento em 2017.
De acordo com as autoridades malianas, o número de civis vítimas de engenhos explosivos atingiu este ano um nível sem precedentes, por causa da colocação de engenhos nas estradas que deixam cada vez mais os civis perante graves riscos de segurança.
Entre Janeiro e Outubro deste ano, 192 civis foram mortos ou feridos por engenhos explosivos, ou seja, mais de duas vezes o número de vítimas registadas em 2017, que foi de 91, disseram as autoridades.
A análise dos incidentes mostrou que os actores humanitários são afectados por actos oportunistas de violência relacionados com o banditismo.
Assim, de 1 de Janeiro a 30 de Outubro deste ano foram registados no Mali 177 incidentes de segurança que afectaram agentes humanitários, uma média mensal de quase 18 incidentes contra 11,5 em 2017 e 3,5 em 2016.
Em 2018, a população com insegurança alimentar está estimada em 4,3 milhões de pessoas, de acordo com o Plano de Resposta Humanitária (HRP) revisto em Julho de 2018.