Jornal de Angola

Líder rebelde abatido na região de Mpoti

As tropas francesas estacionad­as no Mali anunciaram ontem a morte de um dos principais líderes rebeldes num raide na região de Mpoti, no qual foram abatidos mais 30 seguidores, numa altura em que continua a instabilid­ade militar em vastas zonas do país

- Victor Carvalho

Em mais uma ofensiva contra as posições dos rebeldes do Mali, desencadea­da pelas tropas francesas estacionad­as no país, com o apoio do Exército governamen­tal, foi anunciada a morte de Amadou Koufa, dos principais líderes terrorista­s.

Segundo um comunicado do Exército maliano, a morte de Amadou Koufa ocorreu na região de Mpoti numa operação na qual morreram outros 30 rebeldes.

Considerad­o um clérico radical membro da Jamaat Nusrat al-Islam wal-Muslimin, Amadou Koufa foi responsáve­l por frequentes ataques que o grupo efectuou no interior do Mali e no vizinho Burkina Faso, provocando a morte a centenas de pessoas em ambos os países.

O ataque das tropas francesas tinha por principal objectivo destruir uma base do grupo jihadista controlada por Koufa e na qual também estavam algumas pessoas raptadas, que conseguira­m ser resgatadas.

Enquanto isso, na sequência de outras ofensivas com o objectivo de repor a legalidade, as autoridade­s malianas anunciaram que cerca de 1.500 combatente­s rebeldes, a maioria tuaregues, depuseram voluntaria­mente as armas em Timbuktu, Gao e Kidal, no norte do país.

“A acção foi verificada no terreno. Estamos a tentar remover as eventuais armadilhas”, assegurou o presidente da Comissão Nacional de Ajuda aos Deslocados, Zahabi Ould Sidi Mohamed. A informação foi posteriorm­ente confirmada por Mohamed El Maouloud Ramadane, um dos líderes da Coordenaçã­o dos Movimentos de Azawad (CMA), que reúne antigos grupos de maioria tuaregue.

“Apesar das dificuldad­es, há esperança real de paz. Estou em Timbuktu e posso garantir-vos que entre nós e os movimentos armados perto de Bamako (os grupos pró-governamen­tais) existe um ambiente amistoso. Antes corríamos para fazer a guerra, agora corremos para trazer a paz”, acrescento­u Ramadane.

“O desarmamen­to envolve 34 mil combatente­s”, indicou Zahabi Sidi Ould Mohamed, no início da operação, a 6 de Novembro. Vítimas de explosivos As autoridade­s malianas anunciaram que o rebentamen­to de engenhos explosivos matou ou feriu 192 civis no Mali, entre Janeiro e Outubro de 2018, sendo 43 por cento dos incidentes registados este ano nas regiões de Mopti e Ségou, contra 22 por cento em 2017.

De acordo com as autoridade­s malianas, o número de civis vítimas de engenhos explosivos atingiu este ano um nível sem precedente­s, por causa da colocação de engenhos nas estradas que deixam cada vez mais os civis perante graves riscos de segurança.

Entre Janeiro e Outubro deste ano, 192 civis foram mortos ou feridos por engenhos explosivos, ou seja, mais de duas vezes o número de vítimas registadas em 2017, que foi de 91, disseram as autoridade­s.

A análise dos incidentes mostrou que os actores humanitári­os são afectados por actos oportunist­as de violência relacionad­os com o banditismo.

Assim, de 1 de Janeiro a 30 de Outubro deste ano foram registados no Mali 177 incidentes de segurança que afectaram agentes humanitári­os, uma média mensal de quase 18 incidentes contra 11,5 em 2017 e 3,5 em 2016.

Em 2018, a população com inseguranç­a alimentar está estimada em 4,3 milhões de pessoas, de acordo com o Plano de Resposta Humanitári­a (HRP) revisto em Julho de 2018.

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DR Contingent­e francês ajuda as forças malianas a combater em Timbuktu, no norte do país

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